PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

Powered By Blogger

quinta-feira, maio 30, 2013

FINGIDOR¹ REVISITADO / ĜISDATIGITA ŜAJNIGULO



Meu verso nunca diz tudo
nem mesmo nas entrelinhas.
Deixo pistas, não me iludo,
mas sempre escorregadias.

O coração tá contente?
Mesmo assim não comemoro.
No verso que alegra a gente
tem outro embaixo onde... choro.

E mesmo a grande tristeza,
a mágoa, a monotonia...
o meu verso vira a mesa:
dentro dele eu sorriria.

Mas, nisso consiste a arte
e com o Pessoa² consinto:
Finjo por toda a parte,
finjo até a dor que minto.

**********
Duondiru, poezi'!
krom iel ia indic',
spuro (sen iluzi')
tamen glita, ĉiam glita.

Kontentigas ĉu la kor'?
Mi tamen sen komemor'.
Jen verso certe ĝojiga,
en alia jen mia plor'.

Eĉ se granda malĝoj',
se ĉagren', monotonec'...
mia verso, alia voj':
rideto kun luma ec'.

Tamen tia estas arto,
konsentas mi kun Pessoa²:
ŝajniga en ĉiu parto
ĉi dolor' - mia mensog'

1. Alusão ao famoso poema Autopsicografia. / Aludo al la fama  poemo Autopsikografio.
2. Fernando Pessoa, o lado de Camões, um dos maiores poetas da língua portuguesa. / Fernando Pessoa, kiel Camões, unu el la plej elstaraj poetoj de la portugala lingvo.




    

segunda-feira, maio 27, 2013

Esperanto Bilinguismo Suficiente: Quanto custa (e quanto valeria) um povo aprender a...

Não seria o caso de uma reflexão séria sobre os questionamentos desse artigo? O senso comum, a grande imprensa, intelectuais, o MEC podem dar respostas novas e ousadas às questões levantadas?

Esperanto Bilinguismo Suficiente: Quanto custa (e quanto valeria) um povo aprender a...: Quanto custa (e quanto valeria) um povo aprender a língua de outro? 23/05/2013 16:33 Por Afonso Camboim “Alguém já perguntou...

quinta-feira, maio 23, 2013

NA CONTRAMÃO / KONTRAŬFLUE



neste canto que alegrias minto?
minto muito ao dizer que só foi pranto?
em que canto ficou tudo o que sinto?
em que poema se perdeu meu canto?

que fica do poeta sem o encanto?
é poesia gota de alma inquieta
sempre perplexa com o próprio espanto?
sem mais perguntas não se tem poeta...

e me pergunto onde estarão as minhas?
e me interrogo alheio assim disperso
escondem-se em que parte destas linhas?
por que sumiram deste pobre verso?

poema lembra a dor da bailarina
a dor da perfeição e do exercício?
a poesia é sempre a dor mais fina
descobrir-se o poeta... fictício?

e embora se sabendo ficção
só sabe mesmo é que de nada sabe
sabe que vai seguir na contramão
dessa ruuua... 
                     finita                             
que não quer...                                                       que acabe

*****************
Kiun ĝojon mi kante ja mensogas,
remensogas dirante estis nur plor'?
en kiu kanto, mia tuta sento?
en kiu poem’ perdiĝis mia kant’?

sen sia ĉarmo, kien la poet’?
Malkviete gutas poezi’,
ĉiam perpleksa pri l’ mirego sia?
sen plu demandoj, kien la poet?

kien vi, demandoj miaj?, mi scivolas,
fremde, diseme, rescivolas mi.
sublinie? Kie kaŝite vi ire foras?
kial el povra verso fuĝas ci?

poemo, la dolor' de l' dancistin',
ĉu dolor' de l' ekzerca perfektec’?
poezi’, ĉu dolor’ la plej maldika?
ĉu fikcion sin taksas la poet'!

kvankam sciante sin fikci'
nur scias li, ke nenion li scias,
sekvos ja kontraŭflue, scias li,
ĉistraten...
                finiĝinte... 
                               neniel finu ĝi...




sábado, maio 11, 2013

VÉU DO INSTANTE / MOMENTVUALO



meu tato mal te toca e te passeia
e tua toca vibra e já me tocas
teu toque rubro já me massageia
já me incendeia o truque dessas trocas...

meu dedo, luz que logo te clareia,

lábio lambe arrepio que provocas,
teu sorriso se abre em lua cheia:
cascatas cachoeiras pororocas

súbito em ti desperta uma menina!

como da casca a fruta se desprende
meu beijo irreverente se ilumina

de novo o arrepio já se acende

menina mais mulher mais feminina
mergulha no mistério, que se rende...
************************************

mia takt’ ektuŝas vin promene
kaj via vibro vibre tuŝas min
ruĝa tuŝo min tuŝas masaĝeme
la ruz' de ĉi ŝanĝoj ja bruligas min

mia fingro – jen al vi klariga lumo,
lipo lekante tremon provokatan,
la rideto malferme plenelunas:
akvofale akvofalo kaskadas

subite en vi ĉi knabin’ vekata!
kiel senŝeliganta frukto venas
vin mia kiso malrespekte lumas

refoje tremo sinlumige enas
knabino ja pli inas, pli virinas
profundiĝe fordonas en misteron




quinta-feira, maio 09, 2013

NOVOS CAMINHOS / NOVAJ VOJOJ




quem conferiu às rosas
tanto temor tanto espinho?
e essas pétalas cheirosas
perfumando teu corpinho?

delicadeza e carinho
(somos pessoas fogosas)
desbravam novo caminho
estradas mais sinuosas

se tomo o não como não
e paro antes do fim
te privo da iniciação

se vejo no não um sim
me faço aço e tesão
te abro o soneto enfim

***********************
kiu al la rozoj donis
tiom timo, tiom dorno?
ĉu ĉi petaloj bonodoraj 
vian korpeton bonodoras?

mildeco kaj korinklino
(tiom ardaj estas ni)
novan vojon traesploras
pli sinuaj, multe pli

se mi juĝas ne kiel ne 
kaj haltas antaŭ la fin'
de l' inicad' senigas vin 

se ŝajnas jes tiu ne 
iĝas mi ŝtalo seks-arde: 
vian soneton do boras mi


domingo, maio 05, 2013

À MODA DE NERUDA / NERUDECE



qual a temperatura das ironias?
quanto pesam as ambiguidades?

grosserias valem quantos impropérios?

quanto custam impropriedades?

ardem na pele as duchas frias?

o que celebram as celebridades?

fogos fátuos amam cemitérios?

que perguntas ocultam que verdades?

quantas perguntas nos faz um só Neruda?

e por que tantas engasgam no gogó?

meia-verdade merece alguma ajuda?

ou a mentira inteira dorme bem melhor?

quando a flor esquece a cor em casa

na borboleta nasce nova asa?

foi terremoto o que pariu a tsunami?

ética se estica? falha ou atrasa?

grito de gol balança a roseira

e seu perfume despenteia cravos?

desde quando mal-me-quer a margarida?

a amarga vida... dois ou três oitavos?

tiro de poesia é violeta ou violenta?

violentada é só com pé quebrado?

se toda poesia é pó

rima com quê o narcotráfico?

beijo no amigo é véspera do contágio

ou você brinca, amada, como eu brinco?

no ato rebato de bate-pronto:

quanto mais quatro fica cinco?

zoom no zabumba: tá faltando um?

onde vaga a vagabunda? onde sonha?

no delírio do poema a espuma cala?

ou o oceano faz marola e nem se abala?

**************



kiom temperaturas ironioj?
kiom pezas iu ambigueco?

kiom insultoj valoras ja krudeco?

kiom kostas ies nekonvenaĵ'?

ĉu ardas haŭte ja duŝoj malvarmaj?

kion tiom celebras famularo?

ĉu tombejojn amas vagaj lumoj?

kiuj demandoj kiujn verojn kaŝas?

kiom demandoj nin faras ununur Nerudo?

kaj kial multaj sufokas en la gorĝ'?

duonvero ĉu meritas iun helpon?

ĉu plibone dormas la tuta mensog'?

kiam la flor' forgesas la koloron hejme
en papilio naskiĝas do nova flugil'?

cunamon ĉu tertremo ĝin akuŝis?
ĉu etiko etendiĝas, malsukcese ĉu malfruas?

ĉu golokrio la rozujon skuas
kaj dianton malkombas ŝia parfum'?

ekde kiam min malamas tiu lekanto?
amara vivo... ĉu du aŭ tri okonoj?

paf' de poezi', ĉu violo? ĉu perfort'?
seksperfortita, nur se rompita al ŝi pied'?

se ja pulvoras ĉiu poezi'
kun kio rimas la drogotrafik'?

kiso de amik', ĉu antaŭtago de kontaĝ'?

aŭ ĉu vi ludas, amatin', per mia lud'?

tujbabile mi tuj refutas vin:
kiom plus kvar faras kvin?

zumo al zabumbo: ĉu mankas unu?
kien vagas kie revas inovagemul'?

poemdelire ĉu la ŝaŭmo mutas?
ĉu oceano ondetas senskue?

quarta-feira, maio 01, 2013

AMVARMIGO / AMOR FERVENTE


natura parfumo
kolektiĝas ĉe l' flor'
- kondenso de lumo

amo kaj amoro
papilie sur sino
plibonas ol oro

sur mi via inklino
fariĝas furoro:
vin amas, virino!

bongusta bonodor'
kun vi kombinas
varmiĝas l’amor'...

- mi masklas vi inas!

************

natural perfume
emanado da flor
- condensada luz

borboleteiam 
sexo amor teu seio 
melhor que ouro

a mim te inclinas
mas já furor:
te amo, mulher!

gostoso odor
contigo combina
o sexo ferve...

- pierrô colombina!

terça-feira, abril 30, 2013

AMMOMENTO / MOMENTO DE AMOR



via virineca eco!
eco kiun mi trafingre
inge lange umas
dumas salivumas
ĝisfunde al mia eco


vivu la amo, vojo
al via plej intima
adreso:
nia plena ĝojo

******************

sua feminilidade!
entre meus dedos
dentro língua úmida
lívido salivo livre
fundo minha qualidade

senda ao vivo amor,
seu mais íntimo
endereço:
nosso pleno gozo

quinta-feira, abril 25, 2013

RETOMADA



Não me abalo, não me aflijo,
não me aperto, não me assusto,
nada quero, nada exijo,
só me vem o que for justo.

Não me mostro, não me acanho,
não me apresso, não me atraso,
não me perco, sei que ganho
o que é meu - e no meu prazo!

(gentilmente musicado por Flávio Fonseca;)

quarta-feira, abril 24, 2013

ARTE DA PAZ E DA INTEIREZA

Arte muito bela e pacífica. A arte da inteireza. Tre bela kaj paca arto. La arto de la senfrakcieco.


Poezia corporal: corpoment'espírito. Korpa poezio: korpomens'espirito.

(Dankeme al Advalk Ferreira)

Clique e curta. Klaku kaj ĝuu.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=NlrsQo9EjHE


sexta-feira, abril 19, 2013

SPARKO




vivas poemo
el memoroj pri aliaj vivoj:
                      nur en ties vivoj
                      (fulm'moment' sen memoro)
                      la spark' de l' trovo
                      de la senso!

ĉiuj aliaj vivoj
fulmsubite iluminiĝas
                       kiam la poem' vivanta
                       la tekstofenestron saltas
                       kaj ravas tiun, kiu ĝin gvatas

saltis la muron la poem':

lumo en malhel' ja estas poezi'!

                                Paulo Nascentes

CENTELHA



vive o poema
de memórias de outras vidas:
                   só na vida do outro
                   (instante fugaz sem memória)
                   a centelha do encontro
                   do sentido!
todas as outras vidas
as vidas de todos os outros
num insight se iluminam
                   quando o poema vivo
                   pula a janela do texto
                   e alumbra quem o espia
pulou o muro o poema:
luz no escuro é poesia!
                                Paulo Nascentes

terça-feira, abril 16, 2013

UNIDADE/UNUECO


arte
corpomentespírito
poesia
música
unidade                     
serenidadepaz
arto
korpomens'espirito            
poezi'

domingo, abril 14, 2013

SONETO PRIPENSAS KAJ SILENTAS




Kiom sonetoj havas la tempest’?
Ĉu riĉajn rimojn donis vento al pluv’?
havas pli da perplekso kiu vort’:
ploro de vidivino aŭ rido de mort’?

Monalizo: ĉu senaĝa ridet’?                    
Ĉu maljunec’ atendas vin ĉel’ kurb’?          
Ĉu ja eternas ni ĉel’ akuŝej’?
Kontraŭdirekte, kontraŭ gant’ la temp’?

Kiun estonton povas havi estont’
kiam ĝi foje eĉ ne maljuniĝas
kaj sen scio pri estinto mortas?

Poeto finas, daŭras poezi’
Melodion gutas ankoraŭ ĝi?
- Kion silente dirus mia vers’?
                                                Paulo Nascentes

sexta-feira, abril 12, 2013

SONETO MEDITA E SILENCIA

Quantos sonetos tem a tempestade?
Que rimas ricas deu o vento à chuva?
Que palavra tem mais perplexidade:
riso de morto ou pranto de viúva?








Monalisa: sorriso sem idade?                      
A velhice já te espera ali na curva?            
Somos eternos na maternidade?
O tempo é contramão ou contra luva?

Que futuro o futuro pode ter
se às vezes nem consegue envelhecer
 e morre sem saber o seu passado?

Passa o poeta, fica a poesia
pingando um pouco ainda a melodia?
- O que dirá meu verso... assim calado?
                                                Paulo Nascentes

quarta-feira, abril 03, 2013

TIQUE NERVOSO - NERVEMO




sotaque sotique sotaque:
 
a grade da dualidade

 
na terceira dimensão


- agrade ou não


**************

nurtak' nurtik' nurtak':

la dueca krad'

triadimensie

- plaĉu aŭ ne

                     Paulo Nascentes