sexta-feira, março 06, 2015

LIVRO DAS PERGUNTAS/ LIBRO DE LA DEMANDOJ – PABLO NERUDA

Resultado de imagem para sol helicóptero
I

Por qué los inmensos aviones

no se pasean con sus hijos?
 

Cuál es el pájaro amarillo

que llena el nido de limones?
 

Por qué no enseñan a sacar

miel del sol a los helicópteros?
 

Dónde dejó la luna llena

su saco nocturno de harina?


I

Por que os imensos aviões

não passeiam com seus filhos?
 

Qual é o pássaro amarelo

que enche o ninho de limões?
 

Por que não ensinam tirar

mel do sol aos helicópteros?
 

Onde deixou a lua cheia

seu saco noturno de farinha?


I
(Esperantigo de Paulo Nascentes)

Kial la grandegaj aviadiloj

ne promenas kun siaj filoj?


Kiu estas la flava birdo

kiu plenigas la neston per citronoj?


Kial oni ne instruas preni mielon

el suno al la helikopteroj?


Kie lasis la plena luno

sian noktan sakon de faruno?



segunda-feira, março 02, 2015

SOLTO O VERBO / LA VERBON MI ELLASAS

Resultado de imagem para soltando o verbo

Solto a respiração o verbo se move
se faz vento sopra onde quer
não onde o tirano do meu drama quer

Mais respiro mais piro

piro com o ato puro
do respirar solto
no respirar conspiro
não mais pirata que tanto pilha
mas fica o saque sou o respirar 
que solta o meu pirar...
sou a avareza portuguesa com certeza
sou a doçura da mãe preta
pele escura do mistério
da noite do açoite que me fez dançar
com ginga e dengo de mulherengo
na moringa no quengo pinga e cana
o marafo que eu vai dizer o nome.

o verbo o nome nomeio

isso é bom menino isso é feio
isso foi muito feio! - e o couro come!
e o corpo geme, mas cala!
o açoite dói de vergonha
o corpo se espreme
e num verso sonha
o verso que diz, mas cala
e no que mais cala - fala
o erudito pelo não dito
a letra que esmaga o espírito
o espírito que tira de letra
se respira 
          ... e solta o verbo!
***********************


Spiro liberiĝas la verbo moviĝas
ĝi vento fariĝas libere blovanta
ne kie volas la tirano
de mia dramo.

Ju plia spiro des plia spiralĝiro
frenezo pro l’ ago nura
de l’ loza spiro
dum la spiro konspiro
ne plu pirato tiom rabanta
sed ekvidiĝo estanta:
jen mi la liberiga spiro
de mia spirala ĝiro...
jen mi la portugala avareco kun certeco
jen mi la dolĉeco de nigra patrin’
nigra haŭto de l’ nokta mister’
de l’ skurĝo danciganta min
per afektema svingo de donĵuan’
alkaraze enkape kaŝaco kanbrand’
la sennoma kaŝaco kaŝota.

La verbon la nomon mi nomu
tio bonas, knab’, tio malbonas
tio ja malbonegas – plu venas batado!

la korpo ĝemas silente
la skurĝo hontige doloras
la korpo prem-torde sintordas
verso venanta eksonĝas
la verso ekdire silentas
ju pli ĝi silentas – des pli jen diranta
erudicio malpermesatas
la spirito litere prematas
la spirito libera finfine
se ĝi spire
          ... la verbon ellasas!

terça-feira, fevereiro 17, 2015

PLENO

 
          Resultado de imagem para plenitude

Rivero. Vespero. Espero. Iro. Ero.
Viro. Vero. Vino. In virino veritas.
Ero. Eblo. Jeseblo. Ensemblo.
Ero. Etiko. Erotiko. Tiklo.
Kolo bela. Kolero erotikla. Viglo.
Aŭto. Buŝo. Tuŝo. Liptuŝo. Tremo.
Nudo. Haŭto. Buŝotuŝo: tertremo.
Ludo. Lango. Kortuŝa vortludo: slango.
Kolo. Sino. Sursina kiso. Svingo. Vango.
Virina kuŝo. Kunkuŝo. Surkuŝo. (Akuŝo?)
Ne venu kliŝo. Venu piĉo, kiso, lekpiĉo.
Ĉu maĉo luda? Kruda lingvaĵo? Slangaĵo?
Kor’korp’kombino. Ino. Maŝino. Amo? Amormaŝino...
Vespero. Suno. Fajro. Fajrero. Foriro.
Sunsubiro. El nuboruĝo, Mozart subite! Son-aero. Ero.
Mi, viro. Vi, ino. Amoro. Senmoro. Furoro!
Ĉielo. Mielo. Kacokiso. Leko. Kunveko. Vekiĝo!
Alvoko. Vokalo surlipa. Feliĉaj mienoj. Senmovo.
Transtempe, plenplenoj! Pleno! Pleno!


quarta-feira, janeiro 28, 2015

NERUDA POEMA III / ESPERANTIGO DE POEMO III

Esperantigo de plia poemo.
Esperantização de mais um poema.

Poema III de "Livro das perguntas" (Pablo Neruda):


Me diga: a rosa está nua
ou só tem esse vestido?

Por que as árvores escondem
o esplendor de suas raízes?

Quem ouve os remorsos
do automóvel criminoso?

Há algo mais triste no mundo
que um trem imóvel na chuva?
                          ****************

Poemo III de la "Libro de demandoj" (Neruda):

Diru: ĉu estas nuda la rozo
aŭ havas nur tiun robon?

Kial jen la arboj kaŝas
la splendon de la radikoj?

Kiu aŭdas la rimorsojn
de l' aŭtomobilo krima?

Ĉu io pli trista en la mond'
ol senmova trajn' subpluva?
**************

III (Originale):

Dime, la rosa está desnuda
o sólo tiene esse vestido?

Por que los árboles esconden
el esplendor de sus raíces?

Quién oye los remordimientos
del automóvil criminal?

Hay algo más triste en el mundo
que un tren inmóvil en la lluvia?

(Neruda, P. Livro das perguntas. Trad. Olga Savary. Porto Alegre: L& PM, 2004. 156p. Edição bilíngue).


terça-feira, janeiro 27, 2015

LIVRO DAS PERGUNTAS/ LIBRO DE LA DEMANDOJ

Pablo Neruda em "Livro das perguntas" apenas numera seus poemas. Alguns escolhidos vou traduzindo ao Esperanto.

Pablo Neruda en "Libro de la demandoj" nur numeras siajn poemojn. Kelkajn elektitajn mi esperantigas.



II
Se matei e não me dei conta
a quem perguntar a hora?

De onde tira tantas folhas
a primavera da França?

Onde pode viver um cego
a quem perseguem as abelhas?

Se termina o amarelo
com que faremos o pão?
********************

II
Se mi mortigis senkonscie
al kiu demandi la horon?

El kie eltiras tiom da folioj
la printempo de Francio?

Kie povas vivi blindulo
kiun abeloj persekutas?

Se finiĝas la flavo
per kio ni panon faros?
***********************

II [originale]
Si he muerto y no me há dado cuenta
a quién le pregunto la hora?

De dónde saca tantas hojas
la primavera de Francia?

Donde puede vivir um ciego
a quien persiguen las abejas?

Si si termina el amarillo
com que vamos hacer el pan?


domingo, janeiro 25, 2015

VOVOÍCE E NETICIDADE



Hás de chamar de neto ou neta
o filho ou filha do teu filho ou filha
mesmo sabendo que não és profeta.
No brilho da trilha o trilho da vigília
que te rouba o sono, meu poeta,
mas roubo sem ladrão e sem quadrilha.

"Você, Tuco, é o presente do Vovô!"
Fez do brinquedo todo o seu presente,
mas, na Presença, mostra que escutou,
com três anos conclui, voz inocente:
" Vovô, eu sou o seu presente!"

Guga e Natália mais Gigi e Tuco
- eis meu respirar, meu ar, meu lucro:
nos mais velhos revivo a adolescência,
me devolvem a infância os dois mais novos
e me devolvem a antiga ciência:
faço omelete sem quebrar os ovos.

Acordado já não resta um só neto:
na madrugada bebem energia...
O poeta, insone, a enxotar soneto
acolhe a sensação que se irradia
a percorrer o corpo, que fervilha:
o Xande, o Rafa, as duas Priscillas
são meus presentes - minha poesia!

sábado, janeiro 24, 2015

VENTANA SOBRE EL CUERPO/ FENESTRO SUR LA KORPO

                                                Eduardo Galeano


La Iglesia dice: El cuerpo es una culpa.
La ciencia dice: El cuerpo es una máquina.
La publicidad dice: El cuerpo es un negocio.
El cuerpo dice: Yo soy una fiesta. 



                                                           Eduardo Galeano esperantigita de Paulo Nascentes

La Eklezio diras: La korpo estas kulpo. 
La scienco diras: La korpo estas maŝino.
La reklamo diras: La korpo estas negoco.
La korpo diras: Mi estas festo.

In: Las palabras andantes. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2013. p. 125. (Biblioteca Eduardo Galeano; 12)

RELATIVO

  RELATIVO Sou pura sensação. Seria o mundo assim: prazer em profusão  às vezes tão chinfrim?   Faz sentido pra mim entre tanta vi...