PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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domingo, dezembro 11, 2016

PERDÃO / PARDONO

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Homenagem a Ferreira Gullar
Sofre a Poesia
a cada baixa de um dos seu cultores
que não a faz sofrer

Ilumina-se a Poesia
quando se cala a voz
dos que nunca se calam
ante injustiças no poder
apodrecido da soberba

Solidariza-se a Poesia
com os deserdados
os empobrecidos
pela infâmia dos governantes
que traem a própria alma
feita insensível pela ganância

Redime-se a Poesia
aplaudida de pé pelo silêncio sagrado
dos que sofrem
a dor sem remédio
dos opressores contumazes
ou de ocasião

Poesia - perdão na denúncia implacável.

******


Omaĝe al Ferreira Gullar
Suferas Poezio
pro la morto de elstara poeto
ĝin ne suferiganta

Enlumigas Poezio
kiam silentas la voĉo
de tiuj neniam silentigitaj
antaŭ maljusticoj de povuloj
putraj de l' aroganteco

Solidarigas Poezio
al senheredigitaj
al malriĉigitaj
de la maldeco de povuloj
perfidantaj la propran animon
malsentma pro voluptemo

Elaĉetas Poezio
aplaŭdita piede de la sankta silento
de l' senrimedaj suferantoj
de la doloroj
de la obstinegaj aŭ eventualaj
subpremantoj

Poezio - pardono dum nepardonema denunco.

terça-feira, novembro 15, 2016

LÁGRIMA SINCERA E CASTA / LARMO SINCERA ĈASTA

Resultado de imagem para chuva fria de novembro

Ô lágrima glacial desse novembro inquieto,
como fazes tobogã nas maçãs do rosto
da Poesia lenta e dengosa?
Como desces densa e doce sobre o poema
assustado e arredio?

Lírico, mas precavido, o eu lírico se comove
com a mancha no papel
impressa por essa lágrima chuva
de um novembro seco por Justiça
que se virá já tarda requentada fria

Chovem graves denúncias gordos salários
esbanjando privilégios
contra essa Justiça entre nós praticada?

Parece refletir no espelho susto
dos olhos da amada
essa suspeita sem jeito
deitada sobre agentes
do Direito esbugalhado e em frangalhos:
aos amigos quebra-galhos
aos desafetos surra de varas

Pelo alvoroço das ratazanas
parece chover de encharcar palácios
dos três poderes minúsculos e vorazes
na apresentação da conta ao povo
a conta dos desmandos de poderosos
a conta do desmancho de mecanismos
do investigar e punir
a conta do faz de conta que se legisla
executa e julga para a cidadania

Como secar a mancha no poema
sem desautorizar a lágrima
sincera e casta que a promoveu?

***************
Resultado de imagem para chuva fria de novembro

Ho frosta larmo de tiu malkvieta novembro,
kiel glitas vi sur la vang-ostoj
de Poezio lanta kaj afektema?
Kiel densa dolĉa glitas vi sur la poemo
ektimiga kaj foriĝema?

Lirika, sed singarda, kortuŝa lirika mio 
pro surpapera makulo
printita de l’ pluvo de tiu larmo
novembra avida je Justico:
se venonta, malfruas revarmiga malvarma

Pluvas ĉu gravaj denuncoj diksalajraj
malŝparo privilegioj
kontraŭ tiu Justico ĉe ni praktikata?

Ŝajnas riflekti sur la ektimiga spegulo
de l’ amatina okuloj
tiu suspozo fuŝa
kuŝanta sur agentoj
de Juro ĉifona elorbigita:
por amikoj elturniĝoj
por kontraŭuloj frapego.

Laŭ la agitiĝo de rategaro
ŝajnas pluvego inundiga de palacoj
de l’ tri povoj minusklaj avidaj
prezentantaj al civitanar’ la fakturon
la fakturon de devioj de povuloj
la fakturon de nuligo de meĥanismoj
de investigado kaj puno
la fakturon de la mensogo: oni leĝofaras
ekzekutas kaj juĝas por la civitanar’

kiel sekigi la makulon sur la poemo
sen senrajtigi larmojn
sincerajn ĉastajn ĝin promociinta?

domingo, novembro 13, 2016

EGALRAJTA KOMUNIKADO / COMUNICAÇÃO IGUALITÁRIA

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Esperant’ demokratias
ĉiu civitan’ egalas
tra ĝi ja internacias:
lingvobaroj tuj disfalas

la mondo fine konstruas
interlingve novan ordon
la popolo gaje ĝuas:
Esperanto boras pordojn

tra la pordoj sentoj fluas
koroj tuj komunikiĝas
al homfratec’ kontribuas:
la homaro kunfratiĝas

kreiĝas per poezio
(finiĝas do mia kanto)
tempo jen de harmonio:
mirindaĵoj de Esperanto

silentas nun ĉi kantist’:
kial nu nin surprizigas
la tipa esperantist’?  


Resultado de imagem para esperanto significado

Esperanto, democracia
todo cidadão é igual
- muro das línguas... à míngua -
se sente internacional

o mundo enfim não se furte
entre as nações nova ordem
cada povo alegre curte:
o Esperanto abrindo portas

por onde sentimentos fluem
corações se compreendem
fraternidade usufruem
humanos que já se entendem

vem vindo qual poesia
(fecho aqui este meu canto)
novo tempo de harmonia
– maravilhas do Esperanto

o cantor não mais insista:
por que tanto surpreende
o típico esperantista?  

quarta-feira, novembro 09, 2016

ĈIVORTUME / NESTES TERMOS

Resultado de imagem para fraude toga mídia

ĈIVORTUME
Nur nun’ estas ĉiame
cetero, pleniluzi’
mallumo elektodume
komploto arbeta soifa
libera surpada sopir’

Nur nun’ estas ĉiam unika
cetero, pieda enfikso
sur ĵelea firmeco:
en metafora malmunto
la ĵetado de sparkoj
prudenton rocion preferas
svingiĝo iel maldeca

Nur nun’ ĉiam inspiras nin
cetero, sekvo sindetena
forgesitaj elekto stelo
fraŭdo honestoŝajna
gantofrapo ribeleto
gazetara toga trompigo
el kien mi iros malscias, ĉu mi venis

Nur nuno ĉiamas – poemoj klavoj plumoj
povas seki povas lumi
persistemojn havas vivo
        - aprobo ja atendata!


NESTES TERMOS
Só agora é para sempre
o resto, minhocação
escuro no mei’ da escolha
conluio de arbusto e sede
anseio solto na trilha

Só agora é ímpar sempre
o resto, o fincar do pé
na firmeza da geleia:
no desmonte da metáfora
o arremesso de fagulhas
prefere prudência orvalho
indecente em seu gingado

Só agora inspira sempre
o resto, respingo preso
escolha esquecida estrela
fraude fingida de honesta
tapa de luva e motim
mão de gato – toga e mídia –
de onde vou não sei se vim.

Só agora é para sempre poemas teclas canetas
podem secar ou luzir
tem a vida persistências

        - espera deferimento!

segunda-feira, outubro 24, 2016

TELA SENSÍVEL OU TOQUE DE PELE? / TUŜA EKRANO AŬ HAŬTA TUŜO? (Touch screen or touch of a skin?)


Resultado de imagem para smartfone + net + beijos



ficou sem sinal no fim de semana 
endoidou geral 
sem net um esgana

o mano das minas deu panos pra manga
sem grana pras pingas
já anda de tanga

mais toques nas tela que toques nas peles
amantes modernos
mais lucros pras teles

a conta do smart vem alta pra burro
sem modéstia à parte
- só facas esmurro!

a pele macia a poucos instiga
mas, o que os vicia?
eis o que me intriga

o post no Face cedo se repasse
mas face na face
já faz mais de um mês

postar o que fez a foto a piada
- o beijo talvez
nem vale mais nada

da última vez que deu uns amassos
oh vejam vocês
seis meses - fracasso!

e nem digo mais nos versos concisos
a moça o rapaz
... dois egos narcisos

é que narciso acha feio o que não é espelho
o poema não veio meter o bedelho
em assunto alheio - melhor que me cale
quem pariu mateus que o embale!

**********
mankinte signal' dum semajnfin'
net-manke kaj tute freneze        
gorĝon preskaŭ li premis 

al knab’ de knabinoj temaro ne mankis           

senmone por drink’ 
jam uzas tangaon

surekrane pliaj tuŝoj ol surhaŭtaj tuŝoj     

modernaj amantoj
al tel-entrepren’ jen pliaj profitoj

de l’ smart’ la faktur’ ja troas altege

sen modesteco for
- tranĉilpinta frap’!

haŭtomildec’ malmulton instigas

kio ilin malvirtigas     
tio min konfuzigas    

feisbukafiŝoj frue plusendiĝu    

sed vizaĝovizaĝe       
antaŭ pli ol monat' 

faritaĵojn afiŝi anedokton foton 

eble eĉ kis'      
validas neni’      

en la lasta foj’ kiam ili amoris         

ho ja vidu vi          
sesmonate – fiask’!

nenion plu diru mi tra versokoncizo              

geknaboj finfin            
egooj... narcizoj        

kion spegul’ ne estas abominas narciz’ 

ŝovi nazon en fremdam vazon
ĉi poem’ ne celas - silento do ja plibonas 
ne mia estas la ĉevalo, min ne tuŝas ĝia falo!

sexta-feira, outubro 14, 2016

ALQUIMIA DO DESEJO/ ALKEMIO DE L’ DEZIR’

Resultado de imagem para fogueira do desejo

tendo conhecido mormaço e intempéries
na estrela arguta dos teus olhos leves
e macios como o aroma de diplomacias
hábeis e certeiras - voos de rapina

tendo esquiado nas planícies gélidas
dos teus silêncios mais bravios e duros
ousei acenar-lhe beijos impensáveis:
a aspereza esguia se fez rósea aurora

tendo deslizado o peito nu das incertezas
na areia branda beijada de espumas
e danças do mar desperto pelas pedras nuas

tendo auscultado sintomas e anseios das conchas
das tuas mãos na fogueira do meu ventre
amei o sabor alquímico da tua mina oculta

*********************

travivinte varmetojn kaj tempestoj
tra l' ruza stel' de via okulmildec'
glata kia l' arom' de trafe lertaj
diplomatioj - rabobirdaj flugoj

skiinte sur la frostegaj ebenaĵoj
de viaj plej krudsovaĝaj silentoj
aŭdacis mi vin kisi nepenseble:
roza aŭroro iĝis via magra akrec'

glitinte la nudan bruston de l’ necertec'
sur la milda sablo de ŝaumoj kisata
mardance nudŝtonoj iel vekiĝadas

aŭskultinte simptomajn deziregojn
de l' via mankonko sur mia ventrofajrego
mi amis la alkemian guston de via mino kaŝa

domingo, outubro 09, 2016

ZUMBIDO SOLITÁRIO/ SOLECA ZUMADO


Resultado de imagem para parto humanizado domiciliar








nos ouvidos metálicos da noite
mosquito solitário... zoom zoom
amplia sentimentos remenda sonhos cruciais

o poeta recompõe zoom zoom
enfileira mistérios milênios os chips
dos cérebros recém-conectados
na simultaneidade dos falsos tempos
sucessivos – imprecisos vastos

arrastam-se reptilianos milênios
curvos e instantâneos
alinham-se límbicos séculos
lambendo crias e amadas nuas

amontoam-se infantis alminhas
rodeando o ventre em chamas
escalando neocórtex minutos

oferecem-se poemas ritmos incensos:
o tempo se contrai zoom vibra mais denso
ouço o brilho dos relâmpagos
dos lampejos baços
vejo o som zoom vindo-indo-vindo:
diminuo consciência mergulho zoom
                ... e (re)nasço

volto a ouvir o zumbido metálico
dos mosquitos solitários da noite
                a esperança: um dia despertar!
**********

 Resultado de imagem para parto leboyer ou nascimento sem violência

en la metalaj oreloj de l’ nokto
soleca kulo ... zum-zumadas
ampleksigas sentojn, flikajn sonĝojn

la poeto zume zumadojn rekomponas
envicigas misterojn jarmilojn - ico
de cerboj ĵus konektataj
al falsotempa samtempeco
sinsekva – malprecize vasta

sintrenas kurbe reptiliaj
tujaj jarmiloj
aliniiĝas limbaj jarcentoj
lekante idojn, nudajn amatajn

amaso da infanaj etaj animoj
ĉirkaŭe de flamardaj ventoj
grimpas neokortike minutojn

sinoferas poemoj ritmoj incensoj:
tempo malvastiĝante zumas
plidense vibras
aŭdas mi la fulmobrilon
de l’ palaj ekbriloj
vidas tien reen la zuman sonon:
bremsas mi konsciencon zumedrone
                ... kaj (re)naskiĝas

reaŭdas mi la metalan zumadon
de solecaj kuloj noktaj
                la espero: iam fine vekiĝi!

terça-feira, outubro 04, 2016

DE COR/ PER KOR'


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a estrela
basta vê-la

mas a amada
é o poema
memorizado conhecido
na ponta da língua

seus segredos
o piano tocado
na ponta dos dedos

Resultado de imagem para estrelas








la stelo
nur videmo

sed la amatino
jen poemo
parkere konata
je la langopinto

siaj sekretoj
jen piano ludata
je la fingropinto