PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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domingo, agosto 27, 2017

ONÍRICO IMPACTO / SONĜA FRAPEGO

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1
despenca não sei de onde este sonho que me atinge
e tinge de cores fortes dores fortes
meus cortes minhas feridas:
um sonho que me provoca
e evoca redemoinhos em rios de pororoca
e do peito desentoca feras fúrias vendavais
raivas rugidos rangidos roucos gritos guturais
e esse sonho me desemboca no oceano dos conflitos
e na praia, entre os aflitos, me sufoca e mal respiro
e no profundo suspiro quase piro quase paro
desespero em desamparo naufrago no abismo trágico
do meu básico egoísmo
2
e no vão sombrio da mente espreita-me um mafioso
não sonega só o imposto a minha vida sonega
e só nega se o permito e pelo mito trafega
e me subtrai o livro da minha obra completa
que em mim mesmo se engaveta perco a chave e não me livro
do livro da minha lavra e ― palavra! ― na gaveta
durmo versos na caneta poemas frustro em aborto
e aumenta o desconforto e, mafioso, me escondo
de mim tão bem escondido que mesmo quando me grito
não sei de onde respondo e fica tudo um repeteco
3
pergunto não sei de onde: “responde, Paulo, responde!”
mas, o eco... onde? onde?

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1
falegas el kie? ĉi sonĝo kiu min trafas
fortakolore fortadolore min farbas
miajn vundojn miajn tranĉojn:
sonĝo kiu min instigas
akvo-kirlado aspekta rivere riverimpete
rab-bestojn furiojn ventegojn ĝi elbruste elkavigas
kolerojn roregojn grincadojn raŭkajn gorĝajn kriadojn
kaj tiu sonĝo enfluas min en oceanon de konfliktoj
surstrande, inter afliktoj, min sufokas apenaŭ-spire
profund-sopire preskaŭ-freneze preskaŭ-halte
melespere senprotekte drone en l’ tragikan abismon
de mia baza egoismo
2
en malhela mensa kavo mafiulo min gvatas
ne nur imposton li kaŝas mian vivon ankaŭ kaŝas
sed nur kaŝas se permesite aŭ per mito kursadas
nur min subtrahas la libron de mia kompleta verko
libro en mi ie kaŝita seneskape la ŝlosilo perdita
de l’ libro de mia skribo ― mi ĵuras! ― tir-keste kaŝe
versojn mi dormas enplume poemojn mi frustras aborte
kreskas plu la senkomforto, mafiece jen mi kaŝiĝas
el mi tiel bone kaŝite, ke eĉ kiam min mi krias
ne scias de kie l’ respondo ĉio ripete fariĝas
3
“Respondu, Paŭlo, respondu!” ― la demand’ venas de kie?
sed, la eĥo ripetadas... de kie? de kie? kie?

quinta-feira, agosto 17, 2017

STREĈ-VOLUPTO EN OLIMPO / TE(N)SÃO NO OLIMPO

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kie kaŝiĝas Eroso,
ekdoloroj kapdoloroj
tusoj jukoj!
kien forfuĝas volupto?

fordisiĝas Eroso
ternadas ĝemas
Tanatos’ rudron prenas
de l’ barko driva

enlitigas Tanatoso
inertajn korpojn
sen volupto aŭ dezir’  

ĝis Afrodito ditku
bruligan edikton:
nin Eroso elitigu!

     (Plenridete jen Psik’!)

***********
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onde Eros se esconde,
despontam dores
coceiras tosses cabeça dói!
onde a libido vai?

Eros se esvai
espirra geme
Tanatos pega o leme
do barco à deriva

Tanatos leva pra cama
os corpos entorpecidos
sem desejo sem tesão

até que Afrodite dite
o edito que nos inflama:
Eros nos leve pra cama!

     (Psique pisca e sorri...)

domingo, agosto 13, 2017

DEGUSTAÇÃO/ GUSTUMADO

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aprecio o macio toque amadeirado

da poesia cítrica que precede a líquida

prelibação do vinho – taninos frutados –  

que sabem a cereja

aromas da amada luz rubra dos rubis



a procedência ressaltada nas palavras servidas

sorvidas no rito aromático

das prelibações aguçam

o sabor delicado e fluido das libidos



lições de geografia poética precedem

como preliminares

os eflúvios do antebeijo

suave

só então o mergulho sôfrego

e náufrago no torpor

adivinhado dos dilúvios

ávidos atávicos vadios

 ****
Resultado de imagem para arte vinhos



mi ĝuas la nuancon lignece mildan

de l’ citrata poezio

kiu antaŭas l’ antaŭgustumon likvan

de l’ vino – fruktogustaj taninoj –  

ĉerizogusta

aromoj de l’ amatin’ rubena lumo ruĝa


la deveno emfazita de servitaj vortoj

sorbitaj dum l’ aroma rito

de l’antaŭgustumo, kiu ekscitas

la mildan fluidan guston de voluptoj


prigeografia lekciono poezia

kvazaŭ antaŭfaroj antaŭas

l’ efluvon de la antaŭkiso

mildoplena

nur tiam l’ ardige droninta

hebeteca mergiĝo

divenita de l’ diluvoj

avidaj vagantaj atavismoj

sexta-feira, agosto 11, 2017

VARA DE TOCAR GADO

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na vara de Curitiba
se beijam fariseu e escriba
se abraçam togado e votado
votado só cerca gado
togado – ferro que marca gado
e o cágado

a pergunta na jugular
não quer calar:
- o que faz nessa estória
o cágado?

- o cágado foi ao vento
e perdeu o acento! 

domingo, julho 16, 2017

POESIA SÓ SUAVIDADE/ POEZIA NUR MILDECO

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POESIA SÓ SUAVIDADE

meu poema se rende
se vende
não surpreende:
retoma a redoma
o amor o sorriso e a flor
enfim compreende
o amor barato de ter no prato
cadáver de outros bichos
enfim compreende
o sorriso sádico o juiz midiático
condena a Justiça a se fazer carniça
no prato podre do deus mercado
enfim compreende
a flor gentil
esgarçada no túmulo do brazil
o Brasil não merece o brazil
meu poema se rende
retoma a redoma
o amor o sorriso e a flor
amor ao pódio
sorriso de ódio
flor mercadoria
que se arranca e vende
barata barata barata!

***********
POEZIA NUR MILDECO 

kapitulacias mia poemo
sin vendas
sen surprizigo:
kloŝa repreno
amo rideto kaj floro
fine kompreno
la amo ĉipa havi surplade
alibestajn kadavrojn
fine kompreno
pri sadisma rideto de gazetara juĝisto
kondamno al Justico kadavraĵo iĝi
sur la putra plado de l’ dio-merkato
fine kompreno
la floro ĝentila
diskvaronigita sur la tomb’ de brazilo
sed Brasil ne meritas brazilon
kapitulacias mia poemo
la kloĉa repreno
amo rideto kaj floro
amo al podio
ridet’ de malam’
floro nur varo
elŝire vendata
ĉipa ĉipa ĉipa!

quinta-feira, julho 13, 2017

ZOMBIO/ ZUMBI

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ZOMBIO
evitante rektan Sunekspozicion
lia ekscelenco ja elĉerkiĝadis
englutis la tujan dozon de sango-kafo
dorlotis per hundodentaj pintoj
la paliĝintan prezidentan zonon
- preta jen la ĉerk-veturilo -
li sindirektis al "Pajaco de Planalto"
bontrejnitaj ridegoj kaj grimacoj:
supozite ankoraŭ prezidento

sin perceptis li markitan por morti
laŭ ordono de l' merkato
kiu postulas – reviviglita kaj rideta -
la "maja-n" imperion – surda al amasprifajfo

**************

Resultado de imagem para temer com faixa presidencial

ZUMBI
evitando exposição direta ao Sol
sua ex-celência saía do esquife
engolia a dose sôfrega de sangue com café
acariciava com a ponta dos caninos
a faixa presidencial desbotada
- carro funerário oficial a postos -
seguia pro palhaço do planalto
gargalhadas e trejeitos ensaiados:
supunha-se ainda presidente

deu por si marcado pra morrer
por determinação do mercado
que exigia - ressuscitado e sorridente -
o império "maia" – surdo à turba e à vaia

quinta-feira, julho 06, 2017

MORDAZ/ MORDA

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aceso mordo a maçã
armação da minha insônia
viajo seis da manhã
me invade angústia anônima

sob a pele da procura
de não sei lá bem o quê
um batalhão me tortura
formigas que ninguém vê

bem menor que esse inimigo
mais invisível me assalta
mais coceiras me fustigo

mais do que tenho me falta
falta o sono - castigo
música acesa sem flauta

mais me perco mais me intrigo
mais um verso invade a pauta

***********

ardanta pomon mi mordas
ruzas mia sendormo
sesamatene vojaĝonta
invadas min sennoma angor'


subhaŭte de la serĉo
ne scias mi ja pri kio
bataliono min torturas
nevideblaj ĉi formikoj


minora ol tiu malamiko
pli nevidebla min sturmas
pliaj jukoj min frapegas


pli ol mi havas al mi mankas
mankas dormo - jen la puno
arda muziko sen fluto


ju pli perdita despli klaĉado
plia verso liniitaĵon invadas


quarta-feira, junho 28, 2017

EKSTAZA RIDETO/ SORRISO DE ÊXTASE

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Bona Espero. Frostmaten'.
Sundirekten marŝas mi
akvofalen ja promen'
al ĝarden’ de Poezi’

se malgravas la destino
tute gravas ĉi korplen'
marŝado mem jen la festo
koncentriĝo je la spir’
ĉar spir’ estas Ĉeesto:
en animon ĉi alir’

surprize subita alveno
jen mi kaj hundet’ amika
ekvido de l’ akvofal'
surŝtone sid' medita
susuras likva kristal'
mateno plene benita

(ĉu ridetas ĉi hundeto?!)
mensfluge sed tie ĉi
poemon poste mi verku
pri l’ magio de Poezi’
     - dia Ĉeesto estu ĝi!

******
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Bona Espero. Manhã fria.
Busco Sol luz pro meu dia
vou direto à cachoeira
jardim pleno de Poesia
ah não importa o destino
mas ter pleno o coração
a caminhada é festa
respirar, concentração,
Presença respira em mim:
minh’ alma aberta pro sim

surpresa logo chegar
amigável o cachorrinho
cachoeira vislumbrada
eu na pedra a meditar
cristal líquido, sussurrar,
manhã plena abençoada
(vi sorrir este cãozinho?)
aqui a mente vazia
poema depois escrevo
a magia da Poesia
     Presença – divino enlevo!