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quarta-feira, outubro 11, 2017
A COÇA / LA BATADO
cada coça na infância
me caça e hoje coça
como fagulha e fornalha
cada coçada uma caçoada
quando da vida só queria
afago e cocada
minha mãe se irritava
e lá vinha coça. hoje
na calçada sou eu
quem se caça e se coça
é a vida quem
me cassa?
como cansa!
ĉiu batad' infanaĝe
hodiaŭ min ĉasas jukas
kia sparko fajrujo
ĉiu juko iĝis moko
dum el vivo nur mi volis
kareson kaj kokosaĵon
kiam panjo ekkoleris
la batado venis tuj.
trotuare nun jen mi
kiu sin ĉasas kaj jukas
ĉu la viv'
ĉasas min?
kia laciĝ'!
sábado, setembro 30, 2017
POR MAIS QUE... / JU PLI...
o banho
alongasse a pele esfregasse
aquilo não me
largava
o ator gargalhasse a plateia iludisse
algo não se alegrava
me distraísse ou que nem desconfiasse
o corpo mais apodrecia
o tempo parasse isso fosse sandice
mais o sentido escapava
mais a vida se escondia
aquilo me consumia
ferida que não curava
a pele sangrasse a dor velha disfarçasse
e fingisse que saía
mais o sentido fugia
antes que o beijo alcançasse
o espírito se revelasse o propósito se
insinuasse
algo não se apresentava
nunca corporificava
ficava aquém da sacada
(era eu que não sacava!)
o fogo saísse da fonte de mistério
a água minasse do corpo da terra
o ar rugisse em furacão
restava
aquilo: o enigma
a
dissolver no magma
o
traçado do grande NÃO!
la bano ege daŭru la haŭton mi frotu
des pli ne min lasis tio
la aktor’ ridege spektantaron trompigu
des pli malgajadis io
mi distriĝu aŭ eĉ nek suspektu
des pli la korp’ putriĝadis
la tempo haltu estu tio frenezaĵ’
des pli la senc’ skuadis
pli la vivo sin kaŝis
pli tio min konsumadis
vund’ neniel kuracebla
la haŭto sangadu antikva dolor’ maskiĝadu
kaj ŝajnigu iri for
des pli la senc’ fuĝis for
antaŭ ol min trafu la kis’
la spirito montriĝu la celo ekvidiĝu
io ne sin prezentis
neniam enkorpiĝadis
restis cis de la balkono
(mi tion ne perceptadis)
fajro eliru el font' de mistero
akvo fontu el korpo de l’ tero
aero roru kvazaŭ uragan’
restis tio: l’
enigmo
dissolvis en magmo
la skizon de granda
NE!
ASPEREZA / MALGLATECO
áspero de pele à espera não sei de quê
corpo-lixa corpo-bomba
me movo dentro da insônia
quem sabe uma hora tombo
nada me dá conforto tanta coceira no lombo
parindo o poema torto
ganindo depois do parto:
tô fraco tô feio tô farto!
mi
haŭte malglata atende pri kio?
fajlila
korpo bomba korpo
moviĝas
mi tra sendormo
eble
iam falonta
neniu
komforto venanta
el
tioma surlumba juko
mi
tordan poemon akuŝas
bojetas
mi post l’ akuŝo:
malforta
malbela satega!
terça-feira, setembro 19, 2017
TURMA ENSK 1968
[Baldaŭ esperante - Eo]
[Em breve em Esperanto - Pt-Br]
[Em breve em Esperanto - Pt-Br]
Turma ENSK 1968: 49 anos de Formatura!
A ENSK - Escola Normal Sara Kubitschek - fica em Campo Grande, RJ. Àquela época funcionava num prédio pequeno, simpático, acolhedor na Rua Augusto de Vasconcelos. Suficiente para amizades, inquietudes da adolescência, sonhos, confidências, namoros, travessuras no Grêmio Estudantil, bailes com boa música. Estudávamos. E não era pouco. O diploma nos concedia direitos e prerrogativas para o ensino dito primário nas escolas da rede municipal. Bom ensino. Nossos professores e professoras nos marcam até hoje, quer os considerássemos amigos ou algozes nas aulas, cobranças e provas! Muitos aprovados direto para a universidade. Até para a concorrida Medicina. Como a alma não era pequena, tudo valeu a pena!
O almoço comemorativo no sábado, 16 de setembro de 2017, para alguns depois de 49 anos sem se ver. Não deu outra - piadas, sustos, gozações - tudo encantamento, alegria, lágrimas felizes, amizade, amor rejuvenescido, abraços apertados. Saudade de quem se foi e de quem, entre nós, não pôde ir por algum impedimento justo. Logo que apareceram fotos e filmes, a confissão dita ou silenciada dos ausentes: ano que vem, no Jubileu de Ouro, não falto nem que a vaca tussa. Na certa não vai tossir. Nem vai pro brejo! Até lá, encontros intermediários virão. Preparar é preciso. Viver também! Pois tudo vale a pena, que nossa alma não é pequena!
Como prometido, seguem dois poemas insones e comemorativos, lidos por este Autor feliz e agradecido, entre boas risadas. Ouvi falar de lágrimas furtivas. Será?
TURMA ENSK 68
gentil, Regina Vellasco nos recebe em sua casa:
mais quente do que o churrasco nosso fogo, nossa brasa!
perfume de cada frasco, o povo do Sara arrasa.
vestir o uniforme... um fiasco! botão... não chega na casa!
cada frasco boa essência, cheirinho de adolescência,
já não tem ninguém afoito
em geral muita inocência temperava a saliência:
VALENTIA DOS CINCO
na mentalidade reinante
fazer normal um rapaz
era muita valentia:
o cabra perdia a paz
... de tanta coisa que ouvia!
num tal desfile da Pátria
- as meninas todas prosas -
certo menino emburrado
ouve coisas horrorosas:
isso é coisa de veado!
saudades de quem se foi:
Eduardo e Jorge Euclides
quem aguentou o rojão?
Paulinho, Alfredo e Nagib
em meio a cada mulherão!
- isso não passa de inveja!
e pra essa gente calar
no sábado tinha wi-fi
para a gente namorar
- famoso mela-cueca...
literal e de arrasar!
no grêmio, nossa alegria!
tinha sempre um toca-disco,
nossa carta de alforria.
matou aula? seja arisco!
- eu só vim tirar um cisco
no meu olho que doía!
a desculpa não colou:
- pra sala do Diretor!
era muita valentia
menina a pular portão
e quando uma subia
se arregalava o olhão
quem sabe a saia rasgasse
quando a menina descia!
felicidade no Sara
fluía feito poesia!
sábado, setembro 16, 2017
ENGUIÇO / MISFUNKCIO
tanto autoconhecimento
e constato:
só me conheço por alto
prova disso a dor
do amor sem compromisso
isso
que pensava ser amor
deu nisso!
***********
tiom da memkono
sed konstato:
nur supraĵe min mi konas
pruvas tion la doloro
de amo sen kompromiso
jen
miso
amo nur supozita
nur miso!
segunda-feira, setembro 11, 2017
POEZIBABILADO/ BATE PAPO POÉTICO
Papos Nascentes quer dialogar com blogues similares, ou seja, osde poesia em Esperanto.
Ĝi volas dialogi kun samcelaj blogoj, nome pripoeziaj blogoj en Esperanto.
A pedido, podemos acrescentar o link do seu blogue de poesia. Eis alguns:
Laŭpete, eblas aldoni vian pripoezian blogon. Jen kelkaj:
Local de bate papo poético. Voo poético. Poesia sem limite. Chama poética. Poesia intercultural.
http://www.paposnascentes.com
https://facebook.com/groups/poezibabilado/
http://brazilakolekto.blogspot.com
http://nazarelaroca.blogspot.com.br/
http://blogdopaulosergioviana.blogspot.com.br/
Local de bate papo poético. Voo poético. Poesia sem limite. Chama poética. Poesia intercultural.
http://www.paposnascentes.com
https://facebook.com/groups/poezibabilado/
http://brazilakolekto.blogspot.com
http://nazarelaroca.blogspot.com.br/
http://blogdopaulosergioviana.blogspot.com.br/
domingo, agosto 27, 2017
ONÍRICO IMPACTO / SONĜA FRAPEGO
1
despenca não sei de onde este sonho que me
atinge
e tinge de cores fortes dores fortes
meus cortes minhas feridas:
um sonho que me provoca
e evoca redemoinhos em rios de pororoca
e do peito desentoca feras fúrias vendavais
raivas rugidos rangidos roucos gritos
guturais
e esse sonho me desemboca no oceano dos
conflitos
e na praia, entre os aflitos, me sufoca e
mal respiro
e no profundo suspiro quase piro quase paro
desespero em desamparo naufrago no abismo
trágico
do meu básico egoísmo
2
e no vão sombrio da mente espreita-me um
mafioso
não sonega só o imposto a minha vida sonega
e só nega se o permito e pelo mito trafega
e me subtrai o livro da minha obra completa
que em mim mesmo se engaveta perco a chave
e não me livro
do livro da minha lavra e ― palavra! ― na
gaveta
durmo versos na caneta poemas frustro em
aborto
e aumenta o desconforto e, mafioso, me
escondo
de mim tão bem escondido que mesmo quando
me grito
não sei de onde respondo e fica tudo um
repeteco
3
pergunto não sei de onde: “responde, Paulo,
responde!”
mas, o eco... onde? onde?
1
falegas el kie? ĉi sonĝo kiu min trafas
fortakolore fortadolore min farbas
miajn vundojn miajn tranĉojn:
sonĝo kiu min instigas
akvo-kirlado aspekta rivere riverimpete
rab-bestojn furiojn ventegojn ĝi elbruste elkavigas
kolerojn roregojn grincadojn raŭkajn gorĝajn kriadojn
kaj tiu sonĝo enfluas min en oceanon de konfliktoj
surstrande, inter afliktoj, min sufokas apenaŭ-spire
profund-sopire preskaŭ-freneze preskaŭ-halte
melespere senprotekte drone en l’ tragikan abismon
de mia baza egoismo
2
en malhela mensa kavo mafiulo min gvatas
ne nur imposton li kaŝas mian vivon ankaŭ kaŝas
sed nur kaŝas se permesite aŭ per mito kursadas
nur min subtrahas la libron de mia kompleta verko
libro en mi ie kaŝita seneskape la ŝlosilo perdita
de l’ libro de mia skribo ― mi ĵuras! ― tir-keste kaŝe
versojn mi dormas enplume poemojn mi frustras aborte
kreskas plu la senkomforto, mafiece jen mi kaŝiĝas
el mi tiel bone kaŝite, ke eĉ kiam min mi krias
ne scias de kie l’ respondo ĉio ripete fariĝas
3
“Respondu, Paŭlo, respondu!” ― la demand’ venas de kie?
sed, la eĥo ripetadas... de kie? de kie? kie?
quinta-feira, agosto 17, 2017
STREĈ-VOLUPTO EN OLIMPO / TE(N)SÃO NO OLIMPO
kie
kaŝiĝas Eroso,
ekdoloroj
kapdoloroj
tusoj
jukoj!
kien
forfuĝas volupto?
fordisiĝas
Eroso
ternadas
ĝemas
Tanatos’
rudron prenas
de
l’ barko driva
enlitigas
Tanatoso
inertajn
korpojn
sen
volupto aŭ dezir’
ĝis
Afrodito ditku
bruligan
edikton:
nin
Eroso elitigu!
(Plenridete jen Psik’!)
(Plenridete jen Psik’!)
***********
onde Eros se esconde,
despontam dores
coceiras tosses cabeça dói!
onde a libido vai?
Eros se esvai
espirra geme
Tanatos pega o leme
do barco à deriva
Tanatos leva pra cama
os corpos entorpecidos
sem desejo sem tesão
até que Afrodite dite
o edito que nos inflama:
Eros nos leve pra cama!(Psique pisca e sorri...)
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