PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

Powered By Blogger

terça-feira, dezembro 24, 2019

GALEANO CERTEIRO/ TRAFA GALEANO

Resultado de imagem para bancos

Os funcionários não funcionam.
Os políticos falam, mas não dizem.
Os votantes votam, mas não escolhem.
Os meios de informação desinformam.
Os centros de ensino ensinam a ignorar.
Os juízes condenam as vítimas.
Os militares estão em guerra contra seus compatriotas.
Os policiais não combatem os crimes, porque estão ocupados cometendo-os.
As bancarrotas são socializadas, os lucros, privatizados.
O dinheiro é mais livre do que as pessoas.
As pessoas estão a serviço das coisas.
(Eduardo Galeano, in O Livro dos abraços.)

******************

Funkciuloj ne funkcias.
Politikistoj parolas, sed nenion diras.
Voĉdonantoj voĉdonas, sed ne elektas.
Medioj misinformas.
Instrucentroj instruas ignori.
Juĝistoj kondamnas viktimojn.
Militistoj militas kontraŭ siaj samlandanoj.
Policistoj ne kontraŭbatalas krimojn, ĉar ili estas okupataj pri atencoj.
Bankrotoj estas socialigataj, profitoj estas privatigataj.
La mono estas pli libera ol la homoj.
Homoj estas je la servo de la aĵoj.

Eduardo Galeano,  el "La Libro de la brakumoj".

(Dankon al la germana poeto Hans-Georg Kaiser pro la revizio).

quinta-feira, novembro 28, 2019

SANDUÍCHE/ SANDVIĈO

Resultado de imagem para café e vinho


poema uísque poema
vinho poema vinho
até poema baseado
me veio dar um cheirinho

intratável um poema
tem outro que é só carinho
paradoxo no dilema
uísque vinho poema
poema uísque vinho

na revisão, cafezinho

*****************************


poemo viskio poemo
vino poemo vin’
eĉ poem’-kanabo
flaris min ho flaris min

necedema poemo
alia plene kareso
paradokso kaj dilemo
viskio vino poemo
poemo viskio vino

revizie, nur kafeto

NASCE SEMIDEUS/ DUONDIO NASKIĜAS


Resultado de imagem para HERMES AFRODITE

Hermes só passear, Afrodite só caçar?

Eros numa espiadinha

quer esses dois enlaçar?

Logos logo se assanha o hermafrodita se cria?

ora, fique na paz, largue sua inclemência,

pare de se projetar:

- tá rolando transferência?


***********

Hermes’ nur promenado, Afrodito ĉu ĉasado?

Eros’ nur per gvateto

volas ĉu ilin lazadi?

Logos’ tuj ekflamiĝinte ĉu hermafrodito kreiĝas?

nu, ja vi enpaciĝu, vian neindulgon forlasu

haltu do sin projektadi:

- ĉu eble estu transfero?

SEGUE A VIDA/ IRAS VIVO



Resultado de imagem para cinzas cremação 

a vida segue comigo ou sem migo
na honradez de cada filho
parcela assim assim

     na travessia solidária a cega,
     driblando o trânsito assassino,
     chegaria ao seu destino
     sem mim sem mim sem mim

o ex-aluno concurseiro vencedor
aprenderia os meandros da gramática
com outro professor

     meus netos quando criança
     rolariam em gargalhada
     com outro qualquer avô

as mulheres que amei
de amor sem fim
seguem felizes apesar de mim

só o poema que faço
seja bom seja ruim
sob a pele do disfarce
não nasceria sem mim

     prefiro assim
     quando sobre o oceano
     lançarem as cinzas enfim
     sorrirei já pós humano:
     por favor as flores, roucas,
     muita poesia, sim!



***********

iras vivo kun mi sen mi
pri l’ honestec' de ĉiu filo
jen parteto tia-tia

     voj-irade, solidare kun blindulin’,
     ŝi driblas murditan trafikon,
     alvenus destinon 
ŝi 
     sen mi sen mi sen mi

venkinta konkursanta ekslernant’
lernus la ruzaĵojn de l’ gramatik’
kun ajna alia instruist’

     la genepoj infanaĝe
     ruliĝus pro laŭt-rideg'
     kun iu ajn alia avo

virinoj de mi amataj
per amo tute sen fin’
feliĉaj vivas malgraŭ mi

nur poem’ de mi verkata
ĉu bona malbona ĉu
sub la haŭto de l’ ŝajnigo
neniel lum-venus sen mi

     tiele prefiras mi
     kiam super l’ oceano
     oni ĵetus la cindrojn finfine
     ridetos mi jam post-homa:
     bonvole, la florojn, raŭkaj,
     sed multego da poezi'!

sábado, novembro 02, 2019

OCUPE SUA CASA/ ESTU HEJME

1. solidários às folhas despejadas casais de pássaros devolvem o verde às árvores desoladas a natureza dita infra-humana respira solidariedade - o que fazemos do si mesmo? 2. juntos rumo a nós mesmos mas não ensimesmados: solidariedade aflora brilham flores da natureza com o olhar de quem sabe ver sentir enxergar - fazer acontecer ********** 1. solidare al folioj eldomigataj
paserparoj redonas la verdon
al arboj konsternataj
la naturo infra-homa
spiras solidarecon
- kion ni faras el si mem?

2.
irvoje kune al ni mem
sed ne enmemiĝinte
floradas solidareco
brilas floroj de naturo
per la rigard' kiu scias vidi
senti ekvidi - fine okazigi
strofo 1 kaj esperantigo: paulo nascentes strofo 2: elce guimarães

sexta-feira, novembro 01, 2019

FECUNDO/ FEKUNDA

Resultado de imagem para fecundação desenho


precisava – entre muitas –

palavra germinal para o tema

espermatozoide fecundante vencedor

veio dor dor dor dor

diuturna soturna noturna

se apressam em qualificar a dor

essa dor com seu tanto de coringa

zombava de zumbis adjetivos

com uma puta gargalhada

como uma puta velha trazia em si

pranto que quase vinha quase vinha

pranto de criança ferida a engolir soluços

quando só queria solução


assustado o menino poeta

punhetava textos seminais

manchas nódoas no calção

breve alívio na dor – sem mais? –

quem de dentro de si não sai

vai morrer sem amar ninguém



– interalie –

ĝermiga vorto bezonatis por la temo:

venkanta fekunda semo

venis dolor’ dolor’ dolor’


tuttaga tutombra tutnokta,

hasto doloron kvalifiki,

ĉi tiu dolor' iom ĵokera

mokadis pri ĉiu zombiadjktivo

per ridego ega ega ega

kaj kvazaŭ putino lerta kunportis

preskaŭ venantan ploron preskaŭ preskaŭ

ploron de vundita infan’ singulton singultanta

kiam nur solvo estis volanta


ektimema, ĉi poetknabo

sinmasturbis tekstojn semajn

makulajn makulojn sur kalsono:

minuta balzamo sur dolor’ – ĉu plu?

kiu sinkaŝe el si mem ne eliros

mortos ja sename - nur deliro

OMBRO/ SOMBRA

(omaĝe al poet'amiko Paulo Sergio Viana)



PSV - out. 2019


ia neforviŝebla ombro brua silento daŭra 
el ni forigas nin

kion volas ĝi? 
ĉu timigi nin? 
ĉu sekreta espero venu el malespero
ĉu vekiĝ' antaŭ la fin'? 


****
(homenagem ao poeta amigo Paulo Sergio Viana)

tipo sombra inarredável 
barulho-silêncio constante
nos joga fora de nós

o que deseja essa voz? nos derrubar atroz? assustar assim feroz? 
talvez secreta esperança vinda da esperança:
o despertar antes do fim?



sexta-feira, outubro 04, 2019

MEMPORTRETO/ AUTORRETRATO


Imagem relacionada

do selfie ao Self, oceânica distância
de mim a ti, dança
de mim a Deus fé preciso
de mim a ti, riso.
     este autorretrato, 
     sorriso!!!

********


de selfie al Self, oceandistanco

de mi al vi, danco
de mi al Di’, fido
de mi al vi, rido.

     Ĉi memportret’,
     ridet’!!!

domingo, agosto 25, 2019

COMO SE/ KVAZAŬ

Resultado de imagem para si mesmo

poesia é como se
como se navegasse
nas águas imprecisas
do quase expresso
meio fugidio

como se oscilasse

entre o velado o oculto 
e o semi revelado
o prazer que se anuncia
o orgasmo prelibado

poesia é como se

é como o Si
a si mesmo anunciando
- em si, 
a poesia é como se!

*************


poezio kvazaŭas

kvazaŭ ĝi navigus 
l' akvon malprecizan
de kvazaŭ esprimita
io forfuĝinta

kvazaŭ svingiĝu

meze al vualita al kaŝita 
al duon rivelita
ĝuo anoncita
orgasmo antaŭĝuita

poezio kvazaŭas

estas kvazaŭ Si
anoncante sin
- per si, 
kvazaŭas poezi'!


terça-feira, julho 23, 2019

ABUNDÂNCIA E PROSPERIDADE/ ABUNDO KAJ PROSPERO

Resultado de imagem para abundância e prosperidade



 




“Paulo, o que é abundância, como você percebe a prosperidade?” – a pergunta vinha do Mestre Interior, acionado pelo meu alterego, por sua vez, instigado pelo meu analista, dito junguiano. O primeiro impulso do alterego (ou seria do ego?) era alegar que não sabia, escapar e sair pela tangente. Mas, o Mestre Interior só faz as perguntas que ele mesmo sabe responder. E assim falou o Mestre:

“A historinha que vou lhe contar é simples – toda e qualquer criança sabe a resposta. Pode acontecer de não ter vocabulário ainda, se o ego estiver em formação. Mas, em cada um de nós tem uma criança e um velho sábio. Ambos sabem.”

Dito isto, fiz a sintonia e comecei a escrever. Abundância é algo que sempre traz à lembrança a escassez. Aliás, em português tem uma abundância de maneiras de representar o fonema /s/, e tem gente que se lembra das letras s, c, ss, x, xs, xc, ç e, confuso, agride a tal norma padrão. É a regra! Quem acerta de primeira é exceção. Aliás, exceção é com c, ç, s ou ss? Tem x? Onde está o x da grafia?

Abundância está fora, na real, ou está dentro, e é psíquica? Uma coisa é certa: a abundância é real, e é pra todos e todas. A escassez é cenário, é engodo, é construto alimentado pelo medo, pela mídia corporativa a serviço do capital – aliás, do capital acumulado por 5% da população mundial. Os outros 95% só vivem na escassez porque não sabem que ela é cenário, é medo aprendido na família e na escola. Quando a gente derruba o cenário de papelão vê Aquilo que é, vê Aquele que é – e se descobre herdeiro e merecedor da abundância, que jorra nas folhagens, nas cachoeiras, nos grãos de areia, nas estrelas, nos seres do mar. Quando cai o véu de Maya, o Ser que é, que eu sou, que você é sorri e pensa: Olha só! Que papelão!

Pois bem, esse sujeito deixa de ser assujeitado e vislumbra a prosperidade que sempre teve, mas não conseguia escutar. Prosperidade é o canto do pássaro em nosso peito que o medo um dia engaiolou.

“E você, Paulo? O que é prosperidade para você?” – indagou o tal analista, possivelmente junguiano, quem sabe com medo também, pois se esconde atrás de um arsenal de perguntas. Trazer um punhado ou uma enxurrada de perguntas é medo ou é missão do analista, do ego, da criança, do adulto? Aliás, enxurrada é com x ou com ch?”

Cai o pano. Cai o cenário. Fica o silêncio. Puro êxtase!

*******

“Paŭlo, kio estas abundo, kiel vi perceptas prosperon?” – la demando venis de la Interna Majstro, aldonita de mia alia memo, alter ego, kiu siavice estis instigita de mia terapiisto, tielnomata jungano. La unua impulso de la alter ego (ĉu de la egoo?) estis preteksti ne scii, eskapi kaj tanĝe eliri. Sed, la Interna Majstro nur starigas demandojn, kiujn li mem scias respondi. Kaj tiel diris la Majstro:

“La historieto, kiun mi vin rakontos estas simpla – ĉiu kaj ajna infano scias la respondon. Povas okazi, ke ĝi ne ankoraŭ havu sufiĉan vortprovizon, se la egoo ankoraŭ formiĝas. Ene de ĉiu ni tamen kuŝas infano kaj saĝa maljunulo. Ambaŭ scias tion.”

Dirite tio, mi agordiĝis kaj ekverkis. Abundo estas io, kio ĉiam nin memorigas pri malabundo. Cetere, portugale estas abundo de reprezent-manieroj por la fonemo /s/, kaj estas homoj al kies mensoj venas la literoj s, c, ss, ikso, ikso-s, ikso-c, ç kaj, konfuzaj, agresas la tielnomatan ŝablonan normon. Jen la regulo! Tuj-trafantuloj estas escepto. Cetere, portugale la vorto escepto skribiĝas per c, ç, s aŭ ss? Ĉu per ikso? Kie estas la ikso de la ortografio?

Ĉu abundo kuŝas ja ekstere, ĉu ene, kaj ĝi estas psiĥa? Io certas: abundo estas realaĵo, kaj ĝi koncernas al ĉiuj. Malabundo estas scenejo, trompo, mensa konstruo nutrata de timo, de korporacia amaskomunikilo serve al kapitalo – alivorte, al la akumuliĝinta kapitalo far 5% de la monda popolo. La aliaj 95% nur vivas en malabundo ĉar ili ne scias, ke ĝi estas scenejo, timo lernita familie aŭ lerneje. Kiam oni faligas la kartonan scenejon, vidas Tion, kio estas, Tiun, kiu estas – kaj sin malkovras heredanto kaj meritanto de la abundo, kiu spruĉas en foliaro, akvofaloj, sableraro, steloj, maraj estuloj. Kiam falas Maya vualo, la Estulo, Kiun mi estas, Kiun vi estas ridetas kaj pensas: Vidu tion! Nur trompiĝo, nur kartonaĵo!

Nu bone, tiu ulo ĉesas esti subpremata kaj ekvidas la prosperon, ĉiam havata, sed ne aŭdata. Prospero estas la birda kanto ene de onia brusto, iam enkaĝigita de onia timo.

“Kaj vi, Paŭlo? Kio estas prospero laŭ vi?” – demandis la terapiisto, certe jungana, ankaŭ timema, ĉar li kaŝiĝas malantaŭ arsenalo da demandoj. Kunporti plenmanon aŭ lavangon da demandoj estas ĉu timo, ĉu misio de la terapiisto, de l’ egoo, de l’ infano, de la plenkreskulo? Ali-flanke, ĉu portugale “lavango” skribiĝas per ikso aŭ per ch?”

Falas kurteno. Falas scenejo. Restas silento. Nur ekstazo!

sexta-feira, junho 14, 2019

IMPERMANÊNCIA/ NEDAŬRO


IMPERMANÊNCIA

todas as flores que morrem
cada abortado verso
as primaveras que retornam
cada ciclo do universo 
Eu Sou

cada prenúncio de queda
em rolamento amortecida
ukemi devolve à Presença
Eu Sou

danço o princípio da incerteza
na certeza do Princípio
o vento sopra onde quer
onde me leva vou
onde me aquieto
Eu Sou

*************
ĉiuj floroj mortantaj
ĉiu abortita verso
printempoj ja revenantaj
ĉiu ciklo de l' universo
Estas Mi 

ĉiu antaŭvido de falo
per ruliĝo amortizata
ukemi min venigas Ĉeesten
Estas Mi 

la necertecan principon dancas mi 
laŭ la certec' de l' Principo
vento laŭvole blovas
kien min portu iras mi
kie ajn kvietiĝu 
Estas Mi

domingo, junho 09, 2019

EU SOU/ MI ESTAS

Resultado de imagem para eu sou

num átimo Atma
átomo então ótimo  
último então único
primeiro então inteiro

ritmo então íntimo
étimo então reto
ético então rito
ótica então rota

múltiplo então uno
lúcido então plácido
lícito então lúdico

tácito então implícito
ínclito então discreto
nem secreto nem explícito

**********

fulmfulme Atmano
atomo do bonega   
lastlasta do unika
unua do kompleta

ritmo do intima
etimo do rekta
etiko do rito
optiko do itiner'

multoblo do uno
lucida do paca
lica do ludema

senvorta do implicita
senmakula do diskreta
nek sekreta nek eksplicita