domingo, fevereiro 20, 2022

SEMANA DE RUPTURA/ SEMAJNO DE ROMPAĴO


 

SEMANA DE RUPTURA

Oswald na linha de frente,

os rapazes de 22 atiram na plateia

pasma o poema-piada

vaias ovos tomates reacionários

rugem reagem à irreverência:

que piada! não é poema nem nada!

 

ainda hoje arrulham pombos parnasianos

tará tará tati tará tará tatá!

o leitor-saliva não pára de babar

desde os bancos ginasianos

isto, sim, é poesia!

 

pós-moderno o poeta apita: stop!

e por frase incompleta decreta:

poema-piada?! ora, piada mesmo é ser poeta!

 

 SEMAJNO DE ROMPAĴO

Oswald ĉe antaŭgvardo,

la knaboj de 22 ĵetas ŝerco-poemon

sur la gapa aŭdantar’:

prifajfoj ovoj reagaj tomatoj

bleke reagas al senrespektem’:

kia mokaĵo! tio estas neniel poem’!

 

eĉ nun kveras parnasaj kolumboj

tara’ tara’ tati’ tara’ tara’ tata’!

salivo-leganto ne ĉesas gapi

ekde lernejaj benkoj tio ja jen poezio!

 

post modernaj poetoj prifajfas: haltu!

kaj per nekompleta frazo dekretas:

ĉu ŝerco-poem’?! nu, serĉo estas poeto mem!

domingo, fevereiro 13, 2022

OPUS ALQUÍMICO/ ALĤEMIA LABOR’

 

OPUS ALQUÍMICO

vaso alquímico arte

beijos bodas celebração

poeta poema poesia

e transmutação

 

jogo fogo brinquedo em conjunção

nigredo segredo rubedo albedo

onde o todo? onde a parte?

 

animus-anima – casamento anímico

Eros-Psique beijo alquímico

celebram a Totalidade em mim:

o Self serve sem fim sem fim sem fim

 

ALĤEMIA LABOR’

alĥemia ujo arto

kis’ celebro edziĝa

aliformiĝas poeto poem’

poezi’

 

konjunkcie ludo fajro ludilo

nigredo sekreto rubedo albedo

kie tuto? kie parto?


animus-anima – anima edziĝ'

Eros’-Psiĥo – alĥemia kis'

ĉio celebras Tutecon:

Self’ servas sefine sefine sefine


sábado, janeiro 08, 2022

IMAGENS SONHOS REFLEXÕES / IMAGOJ SONĜOJ REFLEKTOJ


IMAGENS SONHOS REFLEXÕES

sou metonímia íntima

contemplar tuas partes

me revela o Todo


sou metáfora franca

brinco dentro-fora-dentro

sinto o Centro Ser em mim


sou poeta visito tua imagem

te saber miragem nuvem

entremostra essência perfume


mesmo que de amor gema

sei que amor com algema

não rima amor exala esperança


mesmo se temporal chuva

surge o Sol interno desarmado

vacinado imunizado outra vez feliz


IMAGOJ SONĜOJ REFLEKTOJ

intima metonimi'

kontempli viajn partojn

al mi rivelas la Tuton


sincera metaforo

ene-ekster ludas 

Centro Esto estas mi


vian imagon tiu poet' vizitas

scii vin miraĝ' nub'

ekvidigas esencon parfumon


eĉ se pro amo mi ĝemu

am' kun mankaten' ne rimas

esperon amon eligas


eĉ se tempesto pluv'

vakcinata imunigata refeliĉa

enas supoza malarmata Sun'

sexta-feira, dezembro 31, 2021

VINHO/ VINO



 VINHO

poesia engarrafada

merece cálice de vinho

poema vive de bem

com Baco ou Dionísio

cálice de vida dose nada sóbria

de poesia

degustar vinho vida poesia

se embriagar de amigos

amigas metáforas


vinho sabe a companhia

e não passa ao largo

se o vinho vem sozinho

quem azedo? quem amargo?


se em mística solidão

se lembre de celebrar

a indecifrável metáfora

a inseparável unidade

o amor de Mãe Gaia

no insondável coração!


VINO

enboteligita poezio meritas glason

da vino. Feliĉan poemon, kiuj bone vivas 

kun Bako aŭ Dionizo

glaso da vino dozo neniel sobra

da poezio

frandi vinon vivon poezion

nur ebriiĝi de amikoj

metaforoj amikinoj


kompanion scias vino

volas esti via paro

kiam vino sola staras

- kiu acidas? kiu amaras?


dum mistika soleco

ĉiam memoru celebri

nedeĉifreblan metaforon

neapartigeblan unuon:

la am' de patrino Geo

en nia nesondebla kor'!



quarta-feira, dezembro 15, 2021

CRONOLOGIA DE DESAFETOS/ KRONOLOGIO DE MALAMIKOJ

 


                         Fotis Paulo P Nascentes

CRONOLOGIA DE DESAFETOS

Vila Abraão molhada

de chuva:

plantas sorriem discretas

pessoas no talvez susto

querem indiscretas saber duração

Ilha Grande museu memórias

do cárcere tentativa de amedrontar Graciliano

em vão – em dois volumes

conta tudinho comida latrina

insalubre ausência de dignidade

sol a pino chuva fina

indecente sem pudor


na Praia de Dois Rios sífilis horror 

se dizia Casa de Correção

pura ironia? supremacia do conflito

sobre a diplomacia sem vencedor – só vencidos

grita o tempo no museu: ninguém venceu!

 

KRONOLOGIO DE MALAMIKOJ

Vilaĝo Abraão malseka

pro pluvo:

plantoj ridetas diskretaj

homoj ebla ektimo maldiskreta

volas scii pri daŭro

Ilha Grande muzeo memoroj

de karcero provo timigi Gracilianan plumon

vane – duvolume

ĉion ĉion rakontas manĝo necesejo

nesalubra manko de digneco

zenita suno minca pluvo

maldeca sen-hontema


en Plaĝo Du Riveroj sifilis' abomeno

sin nomumis Pun-korektejon

ĉu pura ironio? supereco de konflikto

super diplomatio sen venkinto – nur venkitoj

krias tempo en muzeŭ: venkis neniu!


quarta-feira, novembro 17, 2021

VELÓRIO DE SOMBRAS / FUNEBRA CEREMONIO DE OMBROJ

 

VELÓRIO DE SOMBRAS

                           (pós pesadelo)

abstrato incorpóreo universal

masculino feminino primordial

minha alma tem

retrato sem corpo em água e sal

tem dentro de mim assim assim

pai histórico mãe histórica histérica

só memória em água e sal

 

essa história incorpórea

em mim corporifica

em zelos desmazelos pesadelos

novelos enredos peixe e redes

naufrágios no mar inconsciente

onde também tem sonhos e sedes

fomes de afeto afagos anfíbios

afogados entre mar e terra

 

nesse meio tem meus anseios

onfalos ânforas falos receios

conchas carapaças caramujos

alma áspera à espera de féretro

                    à espera do de cujus...

 

FUNEBRA CEREMONIO DE OMBROJ

                           (post koŝmaro)

abstrakta senkorpa universala

praan viron inon

portas mia animo 

senkorpa akvo-sala portreto

en mi estas tiel-tiele

historia patro historia histeria patrin’

nur akvo-sala memor’

 

tiu senkorpa histori’

enkorpiĝas ĉe mi

per zorgoj malzorgoj koŝimaroj

fadenbuloj intrigoj fiŝoj retoj

ŝip-dronoj en nekonscia mar’

kie ankaŭ jenas sonĝoj soifoj

kor-inklinaj karesaj malsatoj

dronitaj amfibioj inter mar’ kaj ter’

 

meze al tio, miaj angoroj

omfaloj amforoj falusoj timoj

konkoj karapacoj helikoj

akra animo l' ĉerkon atendante

                l' kadavron atendante...


domingo, outubro 31, 2021

NÓS NO PERCURSO desate os seus / NI NODOJ DUM TRAIRO eksplodigu la viajn


NÓS NO PERCURSO: desate os seus

    Conflitos se avolumavam. Éramos inimigos fractais. Nós no percurso criamos e desatamos nós.

    -- Segura as pontas!

    Unimos algumas, criamos laços. Quem nos via assim mal sabia de nós, embaraços, emaranhados. Quem se unia a nós revia percursos, criava laços, unia traços, ressurgia no amor, retomava confiança, dava linha aos sonhos e nas asas do sentido recriava convivências. Nós no percurso reatávamos laços com os nós e o Si-mesmo em cada um. Agora amigos fractais, adivinhávamos sinergias no novo navegar. Preciso. Mais precisos, mais vagar trazíamos ao viver. Navegar é preciso, tanta correria não!

    Paisagens nós mesmos criávamos na criação do percurso de nós cegos a nós na fita. Enfim, holos e elos cultivávamos.

    Que venham a nós os nós cegos de inimigos fractais. Nós desatamos. Nós no percurso sabemos: o percurso somos nós!


NI NODOJ DUM TRAIRO: eksplodigu la viajn

    Konfliktoj volumiĝis. Estis ni fraktaj malamikoj. Ni dum trairado kreas kaj eksplodigas nodojn.

    -- Prenu malfacilaĵojn!

    Kelkajn ni kunligas, maŝojn ni kreas. Kiuj tiel vidis nin apenaŭ sciis pri ni, niaj nodoj, embarasoj, konsterniĝoj. Kiuj al ni kuniĝis rekonsideris trairadojn, kreis maŝojn, kunligis tajtojn, reekaperis ame, reprenis konfidon, nutris sonĝojn, revojn kaj tra senco-flugiloj rekreis kunvivadojn. Ni dum trairado religis maŝojn kun ni kaj tiu Si-mem en ĉiu ni. Nun fraktaj amikoj, sinergion ni divenis dum nova navigado. Necesa. Preciza. Despli pli precizaj, pli malrapide vagadis dum nia vivo. Navigi necesas, tioma kurado ne!

    Pejzaĝojn ni mem kreis dum traira kreado de ni mem, trairon ni kreis: trairo de ni el neelnodigebla nodo al ni sukcesuloj. Alivorte, holoson kaj ĉenerojn ni kulturadis.

    Venu al ni la neelnodigeblaj nodoj de fraktaj malamikoj. Nodojn ni elnodigas. Ni dum trairado scias: la trairado ni estas!


terça-feira, outubro 26, 2021

NO PROCESSO, LIBERDADE/ DUM PROCESO, LIBERECO

 

NO PROCESSO, LIBERDADE

não sabe bem como é?

rola muita sedução jogo do acasalamento

sob as penas do pavão cauda aberta multicor

boa parte é... só lamento!

se daí virar amor saberemos quem tu és

rola verdade além da cor: não só penas, pernas, pés

luz e sombra nos consistem – sombra seja o que não és

integre-se o lado triste: além das penas cores dores

o pavão tem penas pernas pés

        com medo? sacode que você pode!

        vai com tudo vai com fé!

 

DUM PROCESO, LIBERECO

ĉu scias vi kiel oni amoras?

ruliĝas troa delogo dum ĉiu pariĝoludo

malantaŭ ĉiu pavoplumo jenas malferm’ buntvosta

plejparto tamen... nur lamento!

se tio iĝos iel am’ kiu vi estas ekaperos

vero trans koloro venos: ne nur plumar’ gamboj piedoj

lum’ plus ombro nin konsistas – ombro kiu vi ne estas

integriĝu flanko trista krom ĉagren’ kolor’ dolor’

plumo gambo piedo tion pavo havas

        ĉu timo? forskuiĝi vi povas!

        iru funden iru fide!


domingo, outubro 24, 2021

POBRE POESIA SOBRE

 


POBRE POESIA SOBRE

sobrenada no poema

filosofia bem pobre

sobre nada a Poesia

pobre função nada nobre


cobre que ouro encobre

chumbo que ouro inunda

poema de rima pobre

poesia nada profunda


poema nem nada afunda

se afoga mesmo no raso

acaso poesia sobre

só sobra - e não vem ao caso


(se subida ou se descida

leitor leitora decida

seja sua a entonação

e sua a pontuação

? ; . ! ? !? , ! ... , : ?!

, . ; : ... ? , ! (! : ? )




Ĉu POVRA PRIA POEZIO aŭ ĉu POVRA POEZIO RESTAS?

Estimata legantaro,

        Se vi emas al traduko, versio, rekreado, demando staras: ĉu tia tasko eblas?

           Certe pro via sperto kaj talento pli facile vi trovos tion al mi kaŝita. Tradukistojn la titolo mem defias. Ekzemple, portugale, ĉu antaŭa, ĉu posta, adjektivo versosencon tute ŝanĝas. Ĉu verbo (povra poezio priapovra poezio restu)? Ĉu preposicio (poezio pri... io)? 

         Sciite estas, ke tiaj fenomenoj, kiaj klasoŝanĝoj, ŝercetoj, vortoludoj (só sobra/ soçobrasobrenada/ sobre nada) esperante ŝajne iĝas netradukeblaj, sed eble ili estu ja... rekreeblaj. 

            Resume: Kiamaniere tiuj tri portugalaj strofoj estus aperintaj en Esperanto sub via plumo?

       Ek do al la tasko! Proponojn sendu al tiu readreso: pnascentes@gmail.com 

            Kontentigaj kunlaboroj rajtos aperi ĉi tie, kun via nomo menciita kaj multaj multaj dankoj de tiu blogo, nome PAPOSNASCENTES. Dankon de nun! 




domingo, outubro 17, 2021

PSORA CHORA ORA/ PSORA’ PLORAS

 



PSORA CHORA ORA 

psora me atravessa psora me enamora

que psora é essa? namoro maroto apavora?

escreva: e na ponta do lápis sinta essa angústia fluir

no canal o fluxo fácil – água sabe aonde ir

 

água sabe declive que a leva da Fonte ao mar:

sei caminhos onde estive

mesmo nos que desconheço sei aonde vou chegar!

um saber que sempre tive sei de ontem e sei de agora

se em bordas me contive bordas bordo cor aflora

 

mas a ilusão do caminho me faz supor caminhante

sou água lá no meu ninho e meu ninho é minha Fonte:

partida viagem destino coexistem no fluir e no agora

sou o terreno cujo declive dissolvo e filtro a psora

 

essa coceira sem porquê e sem pra quê

não é da Fonte nela fica aquilo que não se vê?

nunca deixo de ser Fonte mesmo se água de bica!

se saio pela torneira então me explica me explica:

onde a psora a coceira? Eu Sou na Fonte e estou na bica

 

da bica passo pras bocas sedentas de ásperas sendas

mesmo as sendas sendo loucas

sou água e paz nas contendas fluxo a fluir mais e mais:

Fonte e fluxo sou no agora sou na Paz!

 

PSORA’ PLORAS

psora’ min trapaŝas, psora’ allogas min,

kiu psora’ estas tiu? ĉu terurigas amindum’?

verku: el la krajona pinto sentu flui tiu angor’

tra kanal’ facila flukso – akvo scias iri for

 

akvo scias pri l’ kondukanta deklivo de Fonto ĝis mar’:

vojojn de mi trairintajn jam de longe konas mi

eĉ se per diskonataj kien alveni scias mi!

sciaĵon sciatan de ĉiam de hieraŭ de nun

se rande mi min detenis randojn brodas (florkolor’)

 

ve, miaj voj-iluzioj supozigis min voj-iranto

akvo jen mi ekde nesto – mia nest’ jen mia Fonto:

foriro vojaĝo destino kunestas en flu’ kaj en nun’

mi grundo kies deklivon psore mi solvas filtras

 

tiu juko sen kialo sen kielo

ne enas el Fonto en ĝi restas tio ĉu ne vidata?

neniam mi lasas esti Fonto eĉ se de akvo-tubo!

se per krano eliras mi do min diru klarigu:

kie psora’ kaj juko? Mi Estas en Fonto enkrane estante

 

de krano al buĉoj mi iras soifanta el akraj padoj

eĉ se padoj frenezas mi estas akvo kaj pac’

en bataloj flukso pli kaj pli fluanta:

Fonto kaj flukso Mi Estas en nun’ kaj Pac’!


RELATIVO

  RELATIVO Sou pura sensação. Seria o mundo assim: prazer em profusão  às vezes tão chinfrim?   Faz sentido pra mim entre tanta vi...