PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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segunda-feira, fevereiro 18, 2013

JE LA TRIA TAGO



antaŭ ol la tria tago
ekrompu el mallumo  
tre tre frumatene
la grundon mi sarkas
- kiel ŝpaton la ungo – 
trudherbon mi falĉas
dusensaĵojn mi elfalĉas
el la ŝvela, seka haŭto.

frenezega fuŝparolo
real’ kaj fikci’ je miksaĵ’
farunoj el sama sako
venintaj el sama gren’.

elkavita jam la teren’
kaŝitaĵo do montriĝas
antaŭ klariĝi maten’
misteroj de frumaten’
netombigita kadavro eliĝas
suroste restante venen’.

nur je la tria tago
el mortintoj reviviĝinta
vivo tiam tagiĝinta:
poemo ĵusnaskiĝinta
hejme la malŝparema filo
memorfeste la poezion
dormas mi pace ĉe Uno
vekiĝanta jen la koro
tion ene anoncas Suno.

TERCEIRO DIA

antes d'o terceiro dia
irromper da escuridão
ainda madrugadinha
o terreno capino
a unha por enxada
ceifo a erva daninha
roçando ambiguidades
da pele seca, inchada.

fala destrambelhada

mistura realidade e ficção
farinhas do mesmo saco
produtos do mesmo grão.

escavado o terreno

exponho o que vinha oculto
antes de clarear
mistérios da madrugada
aflora o cadáver insepulto
no osso restante o veneno.

somente ao terceiro dia

ressurjo dos mortos
a vida então se faz dia:
poema recém-nascido
filho pródigo em casa
comemoro a poesia
durmo em paz na Unidade
o coração despertado
o sol cá dentro anuncia.

terça-feira, fevereiro 12, 2013

DORMI: ĉu staĝo por morti?


Dormi estas unu el tiuj misteroj, kiujn mi iom post iome senvualigas. Senhaste. Iom ĉiunokte. Foje, eĉ tage, mi min perceptas sperte tiun misteron. Tiam, el mia vidpunkto, nur mi dormas, kiam mi ne konscias pri dormado. Nek vivo. Nek morto. Mistero!

Ĉimomente mi scias, ke mi ne dormas, ĉar mi verkas ĉi tekston. Laŭ mia scio, mi ne kapablas verki dum mi dormas. Kaj mi sukcesis dormi neniom ĝis nun, ĉar mi surlitadis, preskaŭ dormanta, sed min pridemandanta, kio estas dormo. Kaj kiu rilato estas, se iu estas, inter dormado kaj mortado. Ĉu pripensadi pri kiel okazas dormado povus min klarigi pri mortado? Ne pri la ĉiesa mortado, sed pri la mia, iam spertota. Ho ve! Jen paradoksoj!

Kiel mi scias, ke mi ne (ankoraŭ) dormas? Mia konscio min diras, ke mi ne dormas tiam, kiam mi perceptas iun mion (mia korpo, pli simple mi diru) kaj iun ne-mion (matracon, ekzemple, kiun mi scias kuŝi sub mi, sub mia korpo, se tiel oni preferas). Sed, iumomente, kiun mi ne kapablas kontroli puft! ne plu mia korpo, nek matraco, nek mia aparta viv-historio, nek pensoj, emocioj, sentoj, nenio! Malaperis ĉio, kiun mi kredis estadi... Dum mi dormas, nenio el tio eĉ ekzistis, verŝajne. Eble sonĝo. Sed tion mi nur scios, se kaj kiam mi vekiĝos. Klarmensaj sonĝoj, ilin mi nur konas laŭ libropriskriboj. Tamen, eĉ la plej bongusta recepto de pudingo ne min montras la gusteton de pudingo-mordado. Eĉ sonĝaj pudingoj.

Pri la temo de sonĝoj mi eĉ ne tuŝu -- mistero por alia babilo. Kiam mi ne plu estos porĉiame konscia, de tiu mia humana starpunkto  de iu aŭ io aparta de ĉio ajn, de matraco kaj de mi mem, eble oni diros, ke mi mortis. Kompreneble objektivaj testoj de tielnomataj ‘aliuloj’ (suposeble vivantaj) atestos, ke mi mortas. Ĉu mi scios aŭ ne, kiam mi mortos, ke tiam mi estos morta, tion ne mi scias. Mi eĉ ne volas scii. Kiucele?  Efektive, tio estos tiom utila, kiom provi scii la guston de pudingo laŭ legado de receptolibro... Kompreneble, dume, ankoraŭ mi rajtas legi pri la morto kaj pri la postmorto en Biblio, Korano, Tibetana Libro de la Mortintoj. Tiom interesaj kiom receptolibroj... ili estas.

Ekde kiam mi naskiĝis, mi ade spertas la ritualon dormi. Preskaŭ ĉiam nokte. Estas tamen esceptoj. Do, mi ĉiutage praktikadas por sperti, kia estas morti. Tamen, malgraŭ ĉio tiu trejnado, ankoraŭ ne ververe mi eniris la maĉon. Ne laŭ mia scio, ĉar mi ĉimomente verkas! Tial, eble, nek mi dormas, nek mi mortas. Kial mi diras eble? Nu, kiu tion scias? Trejno estas trejno, sed maĉo estas maĉo! Nun mi revenas liten. Jam temp’ estas por trejni. Pardonon!

DORMIR: estágio de morrer?


Dormir é um desses mistérios que vou desvendando aos poucos. Pouco a pouco. Um pouco a cada noite. Às vezes, mesmo de dia, me descubro vivenciando esse mistério. E, do meu ponto de vista, só durmo quando não estou consciente de estar dormindo. Nem acordado. Ou vivo. Ou morto. Que mistério!

Sei que (ainda) não estou dormindo por estar escrevendo este texto. Que eu saiba, não sei escrever quando estou dormindo. E não consegui dormir até agora, porque estive na cama, pronto para dormir, mas a me perguntar o que exatamente é dormir. E que relação tem, se é que tem, com morrer. Refletir sobre como se dá o dormir poderia me dar pistas sobre o morrer? Não o morrer genérico, mas o meu, que um dia vou vivenciar. (Pronto! Começaram os paradoxos...). 

Como sei que (ainda) não estou dormindo? Minha consciência me diz que não estou dormindo quando percebo um eu (meu corpo, digamos, para simplificar) e um não-eu (o colchão, por exemplo, que sei estar embaixo de mim, ou do meu corpo, se prefere). Mas, num dado momento que não sei controlar puft! nem mais meu corpo, nem colchão, nem minha particular biografia, nem pensamentos, emoções, sentimentos, nada! Sumiu tudo o que eu pensava estar sendo... Enquanto durmo, nada disso sequer existiu, ao que parece. Talvez um sonho. Mas, só vou saber se e quando acordar. Sonhos lúcidos só conheço de descrições em livros.  Mas, a mais saborosa receita de pudim num livro não me revela o gostinho de uma mordida no pudim. Mesmo os pudins sonhados.

No tema dos sonhos nem vou entrar – mistério pra outra prosa. Quando não mais estiver consciente de vez, desse meu ponto de vista humano de alguém ou algo supostamente separado de tudo o mais, do colchão e de mim mesmo, possivelmente dirão que morri. Claro que exames objetivos dos que chamo de ‘os outros’ (supostamente vivos) confirmarão que estou morto. Se vou ficar sabendo ou não, quando estiver morto, que então estaria (estarei?) morto, não o sei. Nem quero saber. Pra quê? De prático, vai ser tão útil como tentar saber o sabor de um pudim pela leitura de um livro de receitas... Claro que, por enquanto, ainda posso ler sobre a morte e o pós-morte na Bíblia, no Corão, no Livro Tibetano dos Mortos. São tão interessantes quanto... livros de receitas.

Desde que nasci, venho praticando o ritual de dormir. Quase sempre à noite. Mas há exceções. Assim, venho ensaiando diuturnamente como é morrer. Mas, com todo esse treino, ainda não entrei no jogo pra valer. Não que eu saiba, pois estou escrevendo agora! Por isso, provavelmente, neste instante nem durmo nem estou morto. Por que digo provavelmente? Ora, quem vai saber? Treino é treino, e jogo é jogo! Agora volto pra cama. É hora de treinar. Com licença!


sexta-feira, janeiro 11, 2013

O DENSO E O INCENSO

Paulo Nascentes
quando contactado,
o Princípio que in-forma
a forma que provisório habito
desvela - fragmento - o infinito
que Eu Sou,
revela o denso e o incenso
a pequenez do imenso
                       a imensidão do micro.

quando religado,
o canto que expresso
é sinfonia do universo
espelho que atravesso
mesmo surfando a superfície
profundidade do simples no complexo
simplicidade do nexo
                        e do sentido.

quando integrado,
o Ser em mim se sabe sendo
meu saber se alumbra e cala
cada nota ressoa e resvala
na ressonância de outra nota e nota
que essa outra, nascida do indiferenciado,
conhece o Campo Zero, mas se sabe Um
e entoa o cântico dos cânticos
onde repousa a suspeita do nada
o eco reverbera: há Um! há Um!

quando enamorado,
amante deslumbrado
ante o mistério radical do ser amado
o Ser se refaz perplexo: o seccionado, o sexo
o prenúncio da Unidade:
o Dois se faz Um
e se revela: há Um! há Um!
a diversidade do múltiplo
o disfarce do Um!
Unidade, o nome secreto
para sempre escondido
da simplicidade do nexo
                             e do sentido.

quinta-feira, novembro 29, 2012

EDUCAÇÃO TRANSNACIONAL E EMANCIPAÇÃO HUMANA



Paulo Nascentes[i]
A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original. (Albert Einstein)
Pode uma educação transnacional nos levar ao reencontro com o Ser essencial que somos – e do qual nos temos afastado? A emancipação humana exige um instrumento de comunicação transcultural como garantia de condições iguais no diálogo. Todos os dias, em mais de 120 países nos cinco continentes, ocorrem encontros internacionais sem a necessidade dos dispendiosos serviços de tradução. Neles, em vez da língua nacional de alguns poucos, a conversa vem na língua internacional neutra Esperanto. Esse encontro entre iguais lembra um simbólico aperto de mão linguístico entre irmãos. Prevalece o que em nós é essência, e não circunstâncias como etnia, língua ou nacionalidade. Queremos ser emancipados e livres entre cidadãos igualmente livres e emancipados? Nesse caso, a educação deve preservar as diversas culturas, mesmo as tribais e minoritárias, o que significa promover, para cada pessoa, o uso da sua língua étnica e o letramento na língua nacional e em uma língua internacional comum. 
  
Sete são os princípios para uma intercompreensão eficaz que nos permita vencer os desafios propostos pela crise atual. Nem a globalização desta ou daquela língua nacional, nem as novas tecnologias de comunicação, nem a adoção de novos métodos de ensino de línguas vão garantir esses princípíos essenciais para a manutenção de uma ordem linguística justa e eficaz.


1. Democracia
Um sistema de comunicação que privilegia algumas pessoas, mas exige das demais enorme esforço, anos a fio, para alcançarem uma capacidade de comunicação inferior à dos falantes nativos é, na essência, antidemocrático. A desigualdade linguística acarreta desigualdades de comunicação em todos os níveis, inclusive no nível internacional. Já aconteceu com você se sentir sem escolha ao negociar em que língua falar com um oriental, por exemplo, e ver que o idioma dito internacional imposto a vocês trouxe enormes dificuldades e complicações na pronúncia, na falta de vocabulário ou no uso de expressões idiomáticas e que a tentativa de comunicação deixou muito a desejar? No máximo, as compras. Jamais uma conversa plena...

        2. Educação transnacional
Como chave para a solução da barreira das línguas, esse o ponto a enfatizar. Toda língua étnica está ligada a determinada cultura e a determinada nação ou conjunto de nações. Por exemplo, quem estuda inglês faz contato com a cultura, a geografia e a política dos países anglófonos, principalmente Estados Unidos e Grã-Bretanha. A educação transmitida por meio de uma língua étnica está necessariamente ligada a determinada perspectiva sobre o mundo. Uma educação transnacional, ao contrário, nos põe em contato com o colorido variado das mais diferentes culturas. Além de ampliar nossa receptividade ao diferente, com a valorização da riqueza das culturas tribais, com seus saberes tradicionais e úteis, ela nos dá meios e modos de enfim nos tornarmos de fato cidadãos planetários. Partilhar uma língua neutra com os que a usam traz a vantagem da participação plena nas ações de organismos do terceiro setor, ongs e entidades que promovem a cultura de paz e a proteção ambiental. Como convidados e mesmo hóspedes dos moradores locais, jamais seremos apenas turistas levados só a lugares sugeridos por agentes de viagem, vendo paisagens pela janela de vãs e ônibus. Ao contrário, ter amigas e amigos prontos a nos mostrar seu dia-a-dia, como se faz na cultura esperantista, em todo o mundo, é muito mais divertido. Posso garantir!

Embora em Educação o alcance de certas medidas só possa ser avaliado após algumas décadas, do ponto de vista individual as vantagens são imediatas, tão logo se possa comunicar em Esperanto. Por se tratar de uma língua mais fácil de aprender do que a maioria das línguas nacionais, a distância entre o aprendizado e o uso fica bem menor. Lógica, simplicidade fonética e gramatical, ausência das temíveis exceções e o vocabulário internacional – que se multiplica com novas palavras formadas com o auxílio de cerca de 30 prefixos e sufixos – isto acelera a aquisição da língua. Em Esperanto você amplia seu vocabulário de forma rápida e divertida. É como combinar blocos coloridos no uso do conhecido brinquedo Lego.
  
        3. Eficácia pedagógica
Pesquisa recente mostra que só uma pequena percentagem dos que estudam uma língua estrangeira são capazes de dominá-la. As dificuldades das línguas étnicas constituem um obstáculo permanente para muitos estudantes. Mas, usufruir do conhecimento de uma segunda língua é fundamental hoje mais do que nunca. Como sair do impasse?

4. Multilinguismo
A educação escolar deveria proporcionar a cada pessoa, independentemente da importância da sua língua materna, uma oportunidade real para dominar uma segunda língua, de forma a conseguir comunicar-se no mais alto nível presencialmente ou pela Internet.

5. Direitos linguísticos
Entre as várias línguas verificam-se desigualdades de poderes, fonte de constante insegurança linguística, ou mesmo opressão linguística, para grande parte da população mundial. Nos anúncios de emprego, é comum a absurda reserva de vagas para falantes nativos de países desenvolvidos. Essas desigualdades destroem as garantias, exaradas em tantos documentos internacionais, de igualdade de oportunidades para todos, independentemente das respectivas línguas maternas.

6. Diversidade linguística
De modo geral, os governos consideram que a diversidade linguística constitui um obstáculo à comunicação e ao desenvolvimento. Ao contrário, essa diversidade é uma fonte de riqueza constante e inesgotável. Por isso, qualquer língua, tal como qualquer espécie de ser vivo, dado o seu valor intrínseco, deve ser protegida e apoiada. Assim, a política de comunicação e desenvolvimento, se não estiver alicerçada no respeito e no apoio a todas as línguas, constitui uma sentença de morte para a maior parte das línguas do planeta.

7. Emancipação do ser humano
Qualquer língua, na medida em que dá aos seus falantes a possibilidade de comunicarem entre si, impede-os de se comunicarem com os outros: é simultaneamente uma libertação e uma prisão. No entanto, existe uma comunidade internacional que vive esses princípios hoje. E, portanto, já dispõe de instrumento linguístico adequado para o exercício da cidadania mundial em bases igualitárias. Os sete princípios aqui apresentados podem ser lidos em sua versão completa em http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_de_Praga

Concluindo
O mundo está de olho no Brasil. A grande mídia ignora importantes avanços. Por exemplo, tramita na Câmara, já aprovado no Senado, projeto de lei que propõe o ensino não obrigatório de Esperanto no nível médio. Você sabia? Na justificativa, o professor Cristovam Buarque defende a cultura de paz associada à Língua Internacional desde sua criação, há 125 anos, pelo então jovem humanista Lázaro Ludovico Zamenhof. Afinal, a emancipação humana é direito nosso. Imperialismo cultural e linguístico pertence aos estertores da velha ordem.

Serviço
Esperanto é uma das 14 línguas ensinadas no UnB Idiomas. Mais informações no portal




[i] Professor de Português, Literatura e Esperanto. Aposentado do Instituto de Letras da UnB e examinador de Esperanto credenciado pelo ITK, Universidade de Budapeste.


domingo, novembro 25, 2012

DUFLUGILE

Poesia é algum atrevimento, transgressão cultural, língua retorcida na expressão do belo. Bom-mocismo ela desconhece, tira ouro do nariz, como o Drummond diz.

Primeiro em Esperanto me veio o poema abaixo. Só depois vestiu-se de brasileiro, a doce língua do português herdada, e então a mim se revelou. Parteiro um pouco, poeta assiste o petiz. Que gracinha!, suspira feliz.

Vai daí, o amigo Adonis visita o bebê e, nele inspirado, produz o terceiro da série. Eis:


Duflugile


Mem fragil'
venas subtile
se forgesata
Leĝo universala.

Fulmintuicion
validas racio,
flugas bildaro
kaj ni simile:
         paro jen unuo
         duflugile! (P. N.)



************************** 
Com duas asas

Fragilidade
me traz sinal
se esquecida
a Lei universal.

Zás! a intuição!

e a razão após.
Voam curiós
e nós? igual:
          par - a unidade 
          em asa dupla! (P. N.)

***********************
Duflugile
                 (Adonis Saliba)

Fragilec´
signalas
en forgesa ec´
Ĝi universalas

Fulm! Intuicien!
kaj kialo posta,
birdar´ foresta
kaj ni? Same:
           Pare - unuope
           Flugilduope!


domingo, outubro 14, 2012

ESPERANTO EN UNIVERSITATO DE BRAZILJO


Esperanto en Universitato de Braziljo

Kategorio: Movado; Dato: 2012-08-03 06:36:22

  
 Survoje al kapabligo de instruistoj
Sojle de la baldaŭa fina aprobo de Leĝpropono 6162/2009 de la Brazila Parlamentejo, kiu enkondukas la opcian instruadon de Esperanto en la mezlernejoj, Federacia Universitato de Braziljo-UnB, oficiale aldonis Esperanton al la ceteraj 12 lingvoj tie nun instruataj.
La precipa celo de la 180 hora kurso estas la aldona kapabligo de nunaj instruistoj de fremdaj lingvoj por la instruado de Esperanto.
La kurso estas por la ĝenerala publiko, sed kun speciala programo por lingvoinstruistoj en la tria lerno-semestro. Laŭcele la kursintoj kapablos aprobiĝi en nivelo C1 de la KER- ekzamenoj. La lecionoj okazos en la norda universitata konstruaĵaro, dufoje semajne, lunde kaj merkrede, gvidotaj de Profesoroj Paulo Nascentes kaj Josias Barboza.
Enmatrikuliĝo jam eblas ĉe unbidiomas.net (Ĉe Cursos musmontru sequenciais- Esperanto).
Tiu nuna universitata atingo malfermas vojon al eĉ pli grava alpaŝo por la evoluo de Esperanto-instruado en Brazilo, nome la postdiplomiga kurso por lingvo-instruistoj, kiun sugestis mem la estraro de UnB, kaj kies pritraktado survojas. Espereble oni jam povos anonci ĝin komence de la sekva jaro.
Raportis Josias Barboza

sexta-feira, setembro 21, 2012

SERVOMOMENTO



ebleco esti
esto esti age servi
kun la aliulo
memo via
spegulita
disa en alia
kiu vi estas
spegula malo
skizo pala
Ĉeesto nek via
nek alies
penado nenia
nuda kaj dia
min gastigas ĉe Esto
paca rikolto
- efemerekstazo!

MOMENTO SERVIÇO

ser possibilidade
o ser vir na ação
com o outro
o teu si mesmo
espelhado
espalhado no outro
que és
viés do espelho
pálido esboço
da Presença nem tua
nem do outro
sem esforço
divina e nua
a Presença me acolho
recolho a paz
- êxtase fugaz

sexta-feira, setembro 14, 2012

ĈU ONI LERNAS ESPERANTON PER RETO?


 

Artikolo verkita surbaze je esplorlaboro fare de la Esperanto-instruisto Adonis Saliba ĉe lernantaro de la Programo Mia Amiko, sube referencita. La familiaj nomoj de la intervjuitaj kaŝiĝis pro ilia nepra privateco. 
Paulo Nascentes
La ebleco lerni idiomojn per komputiloj, tabulkomputilo aŭ poŝkomputilo kun retaliro verŝajne stimulas precipe la plej junaj. Por scii, kiel tio aplikiĝas al Esperanto, profesoro Adonis Saliba iniciatis esploron, eĉ se neformala, ĉe tiuj serĉantoj de retaj rimedoj dezirantaj paroli la Lingvon Internacian, kiu pretendas oferti neŭtralan, demokratan, egalrajtan komunikon al parolantoj de diversaj naciecoj. Spertoj, esperoj, duboj, malfacilaĵoj aperas en la unuaj deklaroj de tiuj aventuremuloj je tiu defio hodiaŭ kreskanta: kiel akiri taŭgan lingvan instrumenton cele al tutmonda civitaneco.

La bezonoj de instruisto por gvidi lernotaskojn, peri la dialogojn inter komencantoj, indiki aldonajn studfontojn, kiel libroj, gazetoj, gramatikoj, radielsendoj estis la ĉefaj menciitaĵoj. La retejo Lernu.net (1), unu el la plej konataj pro la tutmonda disvastiĝo, estis la elektita vojo de William R., 31, São Paulo (SP), kiu asertas: Mi lernis plejparte per la retejo Lernu.net. La retejo kaj la klasoj estas tre bonaj, kaj, ĉar temas pri lingvo facile lernebla, tio jam ebligas kompreni skribitajn tekstojn kaj videojn. Ja mankas kontakto kun Esperantoparolanto por praktiki konversacion kaj plibonigi la ĉiutagan uzon. Opinion similan defendas Rosângela M. S., 55, Rio de Janeiro (RJ): Per la reto troviĝas bonaj rimedoj por la lernado de Esperanto. Mi mem ekstudis per Curso de Esperanto (2) kaj poste per kursoj de Lernu.net. Ili estas bonegaj kursoj, donas bonan, sed ne sufiĉan preparon... Unue ĉar por esti memlernanto oni bezonas multan diligentecon, kaj mankas en tiaj kursoj gvidado, homo kiu gvidu la lernadon, korektu erarojn, solvu dubojn... Tiam, venas staĝo, kiam elĉerpiĝas la perretaj rimedoj. Bezonatas antaŭeniri... Lingvo por esti konsiderata ‘vivanta’, nepre devas esti uzata, parolata, devas fakte taŭgi kiel komunikilo. Tiam perretaj kursoj  ne plu sufiĉas. Kaj Rosângela citas aliajn lernajn helpilojn: Mi konsideras la Programon Mia Amiko - PMA (3) noviga. Mi memoras, kiom da fojoj mi deziris havi iun por solvi miajn dubojn, por babili... Kiam elĉerpiĝis miaj personaj rimedoj mi devis serĉi ĉeestan kurson por trejni konversacion kaj senĝeniĝi por uzi aliajn retajn rimedojn, kiel Skajpo. Nuntempe mi interkomunikiĝas kun diversaj alilandaj geamikoj kaj jam sukcesas elteni konversacion en Esperanto. Daŭre mi studas per legado, per aŭdado de la sondosieroj de la Esperanta Retradio (4), mi akompanas ĉeestan kurson, krom partopreni en PMA. Eblas ja lerni la esperantan gramatikon per la reto, sed io plu bezonatas por la tutplena uzo de idiomo. Kelli P. B. D., Marabá, (PA) tion klarigas: Dum la komenco de mia lernado mi multe sentis la mankon de iu por korekti miajn lernotaskojn kaj, malgraŭ tio ke mi dediĉu grandan parton de mia tago al la Esperanto-studo, mi havis multajn dubojn, kiuj eksolviĝis, kiam mi konatiĝis kun aliaj brazilanoj jam posedantaj grandan konon pri la lingvo, kiu sin proponis ankaŭ por korekti miajn tekstojn kaj aliajn lernajn taskojn.

La avantaĝoj de perreta studado  ligiĝas al la fleksebleco de tempo, al la facileco havigi plusan studmaterialon kaj trovi amikojn. Krom tio, eĉ en malgrandaj enlandaj urboj eblas sekvi la kurson. Kiel reliefigas Fábio G. A., 31, Juiz de Fora (MG), hodiaŭ, oni multe kuras en la ĉiutaga vivo, do por mi estas malfacile partopreni ĉeestan kurson. Kaj li aldonas: Mi ankaŭ trovis multajn helpilojn en la reto, kiaj filmoj, dokumentarioj, intervjuoj, radielsendaĵoj en Esperanto, kio multe faciligas la aŭdadon de sondosieroj kaj la akiron de vortostoko. Tra la reto estas facile trovi homojn por korespondi per retmesaĝo aŭ per voĉ-tujmesaĝilo. Kaj Kelli daŭras: Ĉar mi loĝas en enlanda urbo en la norda parto de Brazilo, mi konas persone neniun esperantiston, kaj tie kie mi loĝas verŝajne estas neniu ĉeesta kurso. Tial, momente por mi la sola ebla rimedo ja estas per la reto aŭ per aĉetitaj libroj dumvojaĝe. Kaj ŝi bedaŭras: la retaliro kie mi loĝas ne ĉiam kontentige funkcias, kaj ankaŭ ekzistas la problemoj pro la malsameco de disponeblaj horaroj de homoj. Per argumentoj similaj al tiuj de siaj kolegoj de PMA, Antonio A., 38, Piracicaba (SP) substrekas, ke perretaj kursoj apenaŭ donas bazon sur kiu oni eblos konversacii. La flueco nur povos veni el la kontakto kun Esperanto-instruisto, kun kiu eblos praktiki kaj plibonigi la lingvon (finfine la granda celo por lerni lingvon).

La opcio por kursoj retkonektaj ŝuldiĝas al diversaj faktoroj, kaj unu el la intervjuitoj preferas reliefigi la facilan aliron al kulturaj produktoj per Esperanto. Kaj tiel Antonio resumas: brazilaj kaj eksterlandaj geamikoj min indikis virtualajn kaj fizikajn librojn. Tiam, mi ekserĉis esperantan kulturaĵon, kaj trovis diversajn artistojn kun bonegaj kanzonoj, kio ĉiam nin helpas dum la lernado de novaj idiomoj. La kontakto kun geamikoj en la tuta mondo estas alia forta motivigo. Tiel opinias Tiago M. C., 26, Alvinópolis (MG): Studi sole ne estas facile. En la Programo Mia Amiko estas multaj voluntuloj pretaj por nin helpi. Krome prezentiĝas okazo amikiĝi, konatiĝi kun novaj homoj el aliaj subŝtatoj. Se oni pensas pri sociaj retoj, tio estus la virtuala ejo de esperantistoj dum la lernado de la Lingvo Internacia. Ekzistas grupoj de Esperanto en la reto, tamen estas kadre de Mia Amiko kie ĉio okazas. Ekde kiam mi aliĝis la programon neniam venis al mia kapo la ideo ĝin forlasi.

Plibone scii, kiel pensas la studentoj kaj pri Esperanto, apartenanta al ĉiuj, kaj pri la preferataj naciaj lingvoj de ĉiu persono, tio postulas esplorojn per taŭga metodologio kaj kriteria analizo de la malsamaj faktoroj. La efikeco de la lernado kaj precipe la uzebleco de la idiomo laŭ malsamaj niveloj kaj kuntekstoj certe stimulos novajn esplorojn. Kiuj vojoj malfermiĝus okaze de situacioj pli postulemaj kaj kompleksaj, kiel tiaj pri la formado de instruistoj? Stariĝas la pripensado.


Referencoj:
(1) Bazaj, mezaj kaj antaŭenirigaj kursoj www.lernu.net
(2) Kurso de Esperanto http://www.kurso.com.br/index.php?pt 
(3) Esperanto@Brazilo – Programo Mia Amiko http://esperanto.brazilo.org/wp2/aprenda/mia-amiko/
(4) Esperanta Retradio http://peranto.posterous.com/

Servoj:
Vortaroj
Reta Vortaro http://www.reta-vortaro.de/revo/
Plena Ilustrita Vortaro de Esperanto http://vortaro.net/
Vortaro Túlio Flores http://vortaro.brazilo.org/vtf/
Gramatika libro http://bertilow.com/pmeg/
Retaj Kursoj
Bazaj, mezaj kaj antaŭenirigaj kursoj www.lernu.net
Porinstruista Portalo http://edukado.net
Programo Mia Amiko http://miamiko.brazilo.org
Gazetaro
La Balta Ondo http://sezonoj.ru/
Esperantaj Radioelsendoj per la Reto