sábado, março 17, 2012

ISTO FAZ UM BEM!

(para os pixotes da silva)

meu poema foi recolhido
tá encolhido no xadrez:
cheirava coca
cheirava cola
               na praça da sé.
meu poema é dimenor
               no chafariz tomou banho
               num otário fez um ganho
               meu poema deu no pé!

agora está recolhido
no fundo da funabem*
na funabem servem coca
                                  cola não sei se tem
meu poema tá magrinho
ossinho como ele só!
barrigão de verminose
sonha sonhos de overdose
poema, te sei de cor,
poeminha dimenor!   

* Em 1° de dezembro de 1964, durante a ditadura militar brasileira, foi criada a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), órgão normativo que tem/tinha a finalidade de criar e implementar a "política nacional de bem-estar do menor", através da elaboração de "diretrizes políticas e técnicas".


quinta-feira, março 15, 2012

DIA DA POESIA?

espalho versos sem disciplina
minha sina meu respirar:
és meu verso e eu, teu servo,
te sirvo o amar

poemas me surgem sem quê nem porquê
aqui e acolá vão se soltando
e só quem me lê vai completando
o seu existir
de onde provém esse meu elixir?

pérola e emoção, atrai emoção
a quem lê
essa ressonância entre mim e você
respirar não se adia
poesia tem hora? tem dia?

AMOMEZE, AMOROMEZE


amomeze amoromeze

enbuŝigita peniso mia

tragorĝe moviĝas iĝas

plenfluga birdo fluganta bardo

ĝis buŝa ĉielarko via

vespero magia mia deziro

daŭra rondiro fariĝas nia

renoviĝintaj amantoj

- fortaj ondoj leviĝantaj -

furoras amoras horloĝ-forgesite

disdonitaj kantoj.



la tempo lacema

haltema

tiun longan spiron entenas

la tagon vekigas amo nia harmonia

la vivo poezias solene kaj plene

sanktigita de amo - svene magia

kaj amo kaj vivo kaj versoj

kaj universoj moviĝas

per la forto poezia.

quinta-feira, março 08, 2012

SOL-SE-PONDO

que amores
me reservas?
que cores
que relvas
que flores
que ervas?

quantas tardes
solporemos?
que crepúsculos
obraprimam
nosso encontro?

quentes primaveras
quantos sóis verão?
quanto ninho
se desmancha
palhas?
quanta pena
voa já sem pausa
sem pássaro
sem ar sem sequer
voar?

ME POEMAS, MULHER!

traço letras
que me escrevem
fotos grafam-me
poemas instantes
fotocopio e fotoguardo
momentos movimentos
teu som.

traças meu perfil
trocas meu refil
me fazes palavra
me prendes no canto
me impões o papel
te alvo a caneta
te salvo e secreta
me condenas
à busca do livre
que sou
do livro
que sou
do texto que estou
te sendo.

terça-feira, março 06, 2012

TRILHA

Segue a mesma trilha de animal ferido agonizante

eu pessoal ferido: separado esquecido sempre indo adiante
atado ao tempo apartado vacilante

supondo-se mortal e condenado


sigo essa trilha gasta dos costumes
dos truques aprendidos ataques defendidos

fendidos cascos dos caminhos rudes
eu pessoal que se supõe caçado

inacabada construção com seus tapumes
cansado de fugir e de atacar cansado


sem horizonte esqueceu-se vertical
linha de luz que vai da terra ao céu

e reverbera no céu de volta à terra

supõe ter um começo e um final

esquece que a vida só lhe aconteceu
na ilusão de errante – e então erra


sem caminho a cumprir meta a alcançar
deixa de ver o orvalho flores e cristais

esquece a travessia segue sem parar
em meio à abundância sente-se mendigo


sol no cristal devolve luz e vida – e sigo

sábado, fevereiro 11, 2012

CONTO LOUCO / FRENEZA RAKONTO

Desenhos animados da serpente | Vetor Premium

Estranho miniconto veio pousar na minha página. Sempre bilíngue, alternava português e esperanto. Animais, os temas preferidos: papagaio, macacos, desta vez uma serpente como protagonista. Um desafio tinha recebido a serpente: enganar uma mulher oferecendo-lhe irrecusável presente. Depois de uma meditação, imaginou-se mulher. E fingiu ser não uma joia ordinária mas um brinco com o grande, raro poder de contar às demais mulheres todos os mais secretos segredos das mulheres da vizinhança. "Oh! meu poder aumentaria, evidente! Felicidade imediata!" Tinha um problema... Quando entrou no zoológico, perdeu o brinco. Só de noitinha achou sua joia, mas, oh não!, no alto da árvore do Paraíso. Foi se chegando, e novamente uma serpente oferecia a ela uma antiga e legendária maçã. Chorando muito a mulher fugiu.

Moral: De novo, nunca mais!

*********

Rakonteto stranga eksidis iam sur mia retpaĝo. Ĉiam dulingve ĝi alternis portugale kaj esperante. Bestoj, la preferata temo: papagoj, simioj, ĉifoje tamen serpento estus la ĉef-rolulo. Defion ricevis la serpento: trompi virinon per nerifuzebla donacoferto. Post meditado ĝi imagis sin virino. Kaj ŝajnigis ĝi esti ne ordinara juvelo sed orel-ringo kun ege malofta povo: rakonti al la ceteraj virinoj pri ĉiu plej sekreta sekreto de la aliaj najbaraj virinoj. "Ho! mia povo evidente pligrandiĝu! Feliĉo tuja!" Estis problemo... Enirinte en la bestoĝardenon, ŝi perdis la orelringon. Nur preskaŭ nokte ŝi trovis sian juvelontamen ho vesur la fama arbo de Paradizo. Ŝi proksimiĝis, kaj refoje serpento ofertadis al ŝi antikvan kaj legendan pomon. Plorege forfuĝis la virino. 

Moralo: alifoje, neniam plu!

 

RELATIVO

  RELATIVO Sou pura sensação. Seria o mundo assim: prazer em profusão  às vezes tão chinfrim?   Faz sentido pra mim entre tanta vi...