Paulo Nascentes[i]
"Saber argumentar começa com a capacidade de estudar o conhecimento
disponível, as teorias, os autores, os conceitos, os dados, as práticas, os
métodos, ou seja, de pesquisar, para, em seguida, colocar tudo em termos
de elaboração própria; saber argumentar coincide com saber fundamentar,
alegar razões, apresentar os porquês; conforme Demo (2000)".
Antecedentes
Mudanças nos atingem as
certezas, afligem, inquietam e deslocam da doce zona de conforto. Nada mais
sabido, desafiador e natural. No entanto, passado o susto inicial, retomadas a
respiração e a capacidade de análise, os fantasmas desvanecem um a um ante as
luzes do pensamento crítico. Aqui vão algumas considerações sobre intimidades
do par amoroso ensino-pesquisa. Pode
surgir uma espécie de terceiro incluído, sem, contudo, nesse caso, ameaçar a
estabilidade do casal: a extensão –
que nada mais é que a produção científica alcançando audiências na comunidade. Ao
contrário, pode até fortalecer a relação entre o ensino e a pesquisa,
especialmente se o corpo discente for orientado por seus professores a
oferecerem palestras e cursos rápidos de elementos de compreensão dos
mecanismos de saúde, adoecimento, terapêutica e cura homeopáticas, quem sabe
nos Centros de Estudos dos seus locais de trabalho. Planejamento e ação nessa
área podem resultar em excelentes oportunidades de estudo e difusão de
conhecimentos.
Inquietações entre
docentes, descontentamento entre os discentes que concluíram em 2015 o IX Curso
de Especialização em Homeopatia para Médicos, capitaneado pelo Instituto de
Saúde Integral – ISI, certa insidiosa sensação subjetiva de mal-estar geral.
Tudo isso fez que a Direção do ISI procurasse o auxílio de uma Consultoria, que
fez entrevistas, tabulou dados, produziu relatórios e reuniões. A Instituição
ousava, assim, olhar para si mesma, suas opções de planejamento, ensino e
avaliação, seu material didático, suas práticas pedagógicas. Alguma
perplexidade, o sentimento de falta de chão e certo desassossego ainda pairam
no ar, mas a esperança também tem acolhida nos corações neófitos nos caminhos
inovadores da aprendizagem ativa baseada
em projetos. Vem muito trabalho pela frente, caminhos desconhecidos, mas
também se vislumbra uma excitação com a perspectiva de novas paisagens, novo
olhar, nova aventura. De qualquer modo, seguimos ainda com certa inquietação.
São sintomas que merecem ser anotados, estudados, repertorizados com calma, para a prescrição, o tratamento e
observações adicionais, como o estudo criterioso para a escolha e aplicação da
melhor estratégia. Conforme Nascimento, Cesar N., segue-se o estudo das matérias médicas referentes ao material
produzido após uma patogenesia. E
acrescenta o Prof. Cesar: “há algumas
‘tradições’ que, apesar da renovação, não podem ser deixadas de lado: muitas
vezes se repete, através de nossas sensações durante o envolvimento com o
processo, a experiência vivida pela experimentação no homem são”. Como
grupo, na certa vamos precisar da escuta amorosa, paciente e imparcial, que nos
conduza a novo patamar nas aprendizagens pessoais, ao reequilíbrio da força
vital e à cura rápida, suave e duradoura.
Docentes em cursos de
especialização em Homeopatia raramente são professores e quase sempre tiveram
nas faculdades de Medicina médicos, eles mesmos dublê de professores, com pouco
ou nenhum conhecimento didático-pedagógico. Postavam-se autocráticos, oradores
razoáveis, medíocres ou geniais, ante uma plateia cansada, juvenil e passiva, e
deitavam saberes e experiências acumulados na clínica, consultórios, hospitais.
Com ou sem apoio de transparências projetadas, em geral reutilizadas anos a
fio, faziam longas exposições respondendo solícitos a perguntas que sequer lhes
tinham sido feitas, pois que o alunado só ficava sabendo o tema da aula no
momento mesmo de assistir. Ouvida a preleção, muitos nem sabiam o que
perguntar, se e quando lhes era oferecido o desafio do diálogo pedagógico. Este
o modelo do dar aulas, repetido ad nauseam entre nós. Voltaremos a esse ponto: nossa resposta pronta para perguntas
sequer presentes na cabeça do estudante.
Leituras e reflexões em didática e
pedagogia
Com a perspectiva de
adoção de estratégias pedagógicas centradas
no aluno e seu Projeto Pessoal de Desenvolvimento no Curso, o PPDC, foram
enviados aos docentes diversos artigos em PDF, propostas de leituras e textos sobre
metodologias baseadas em projetos, com características próprias e que estão
longe de serem dominadas. Antes, exigirão estudos, reflexões e discussões por
parte do corpo docente. Na verdade, tais leituras já começaram, no entanto, se
adotarmos também para os docentes a Aprendizagem
Baseada em Projetos, é justo pensarmos na nossa tarefa conjunta para 2016
como uma grande aprendizagem compartilhada e ativa nesses moldes que queremos
implantar no Curso. Eis o Projeto Grupal
de Desenvolvimento no Curso (não mais pessoal, mas envolvendo todo o corpo
docente em favor do corpo discente). Enfim, uma mudança e tanto de perspectiva!
Depois que li, no
início do meu magistério, o precioso livrinho Mutações em educação segundo McLuhan, de Lauro de Oliveira Lima (https://www.skoob.com.br/mutacoes-em-educacao-segundo-mcluhan-231311ed258648.html),
minha prática pedagógica nunca mais seria a mesma. Logo tratei de ler deste e
de outros autores livros sobre ‘técnicas pedagógicas de dinâmica de grupos’.
Oliveira Lima insistia, instigante, que o aluno só começa a aprender “depois
que o professor se cala”. E que era necessário disseminar a “galáxia de
Gutemberg”, ou seja, o texto impresso, promover sessões de estudo dirigido,
mergulhar na discussão cuidadosa do pensamento de autores, pesquisadores, bons
articulistas. E então, de posse de novos conhecimentos, também pesquisar,
produzir conhecimento, artigo, monografia, eis onde entra o Projeto Pessoal de Desenvolvimento no Curso.
Mutatis mutandis, é preciso
investigar em conjunto as infinitas possibilidades que se abrem para o ISI,
seus docentes e discentes, com o acolhimento das tecnologias de informação, das
páginas na Internet e da plataforma Moodle,
como espaço virtual para as anotações de docentes e discentes. É preciso ousar.
É preciso que ao magistério oral das aulas expositivas (carinhosa e
jocosamente apelidadas de aulas-de-cuspe-e-giz) venha se somar o magistério escrito, da pesquisa, do artigo, da publicação do
docente e dos discentes por ele orientados. Aliás, convém refletir também sobre
as inevitáveis consequências nos procedimentos de Avaliação, em função desse
deslocamento da ênfase do ensino para
a aprendizagem. O que muda?
Avaliação
Fonte inegável de poder
e controle docente, testes e provas têm lugar de destaque entre as medidas e
instrumentos de averiguação da matéria, da
disciplina ensinada. Conforme a tradição vivida por muitos de nós nos
bancos escolares, o centro desse tipo de avaliação seria descobrir o quanto
saberíamos devolver por escrito, de forma o mais aproximada possível, em datas
específicas do calendário escolar, tudo aquilo que cada professor
individualmente desenvolvera em sua sala de aula. Superposições de conteúdo, repetições, lacunas,
incongruências eram varridas para debaixo do tapete, em nome do conceito caro
ao indivíduo e sagrado da liberdade de cátedra. Fomos sobrevivendo e
reproduzindo tais práticas, desconhecendo o que se vem pesquisando em
Pedagogia. De qualquer forma, como deixar de atender ao sistema de provas e
concursos alimentador de cursinhos especializados, a oferecerem macetes para provas de múltipla escolha
ou mesmo discursivas? Ali estavam, ameaçadoras, as provas de ingresso para a
Residência Médica e as provas de títulos de especialização. Enfim, ao final do
processo de ensino, em datas específicas, viria a cobrança de resultados. Ora,
quando se tem a ênfase deslocada para a aprendizagem,
isto não poderá significar ausência do controle
de qualidade do processo. Ao contrário, o conceito de Avaliação se tornará
mais complexo e buscará alcançar os diferentes atores envolvidos. Sabe-se que
um dado ponto-de-vista é também a vista desde de um ponto. Ora, o processo como
um todo tende a se enriquecer quando à avaliação do aluno pelo professor se se somam
a auto avaliação de cada um desses atores, a avaliação do desempenho do outros
atores, do método, do planejamento, do material didático, dos próprios
diferentes instrumentos de avaliação. Aliás, queiramos ou não, nós sempre
avaliamos nossos professores bem como a qualidade dos nossos cursos que
fizemos. Se havia ou não o registro disso num questionário próprio, são outros quinhentos. Por vezes a
evasão discente dava o cruel feedback das
fichas de chamada se esvaziando
visivelmente. O que se percebe é a complexidade do fenômeno e a necessidade da
adoção de múltiplos instrumentos e questionários geradores de informações úteis
à correção de rumos. Conhecendo ao máximo o que pensam docentes e discentes
sobre as experiências que compartilham, os gestores e coordenadores terão
indícios seguros a serem estudados e equacionados para redimensionar o que está
em curso ou para os próximos cursos. No âmbito da avaliação do desempenho do
estudante, os instrumentos de maior peso deixam de vir quase que só no final do
curso, para se tornarem os diversos registros
no percurso, que podem receber conceitos imediatos a retroalimentarem o
próprio percurso – antes que este se
esgote.
Um dos fatores que fica
claro nesse tipo de mudança é a democratização do processo de tomada de
decisões, com o consequente envolvimento dos atores, eles mesmos sujeitos de
suas inclinações, preferências, desejos e motivações intelectuais,
corresponsáveis pelas escolhas e análises compartilhadas do fenômeno complexo
que vivem e que buscam compreender e aperfeiçoar. Pensar a Homeopatia como a
medicina da narrativa de uma subjetividade e de uma singularidade nas suas
idiossincrasias implica buscar levar esse paradigma peculiar também para a
esfera dos objetivos da aprendizagem, da pesquisa, da avaliação - realidades conexas e imbricadas.
Pesquisar é preciso...
Quando se fala em
pesquisa em Homeopatia, naturalmente não se pode descartar as velhas revisões bibliográficas, resumos,
resenhas, artigos, monografias. Porém, se consideramos mais a fundo a episteme mesma da Homeopatia, veremos
que a fonte mais fecunda e tradicional desse saber nos remete, tanto à luz da
história como da contemporaneidade, à experimentação
no homem são, com medicamentos preparados segundo as leis da farmacopeia
homeopática e, como ferramentas de investigação e aprendizagem, sobressaem as patogenesias pedagógicas bem como a auto observação orientada. Tudo isso
aliado à prática ambulatorial compartilhada entre estudantes dos diversos
grupos. A prática alimenta a reflexão teórica, que retorna e modifica a prática
pelas discussões dos diferentes casos. Eis
a fonte do saber sempre original, autêntico, fenomenológico, que, uma vez
vivenciado de forma intensa e pessoal, resulta no “saber de experiências feito”
de que nos fala Camões. Eis a matéria prima primordial de estudos, artigos, papers para congressos, simpósios e jornadas
de Homeopatia. A propósito, convém lembrar que existem muitos editores de revistas,
jornais e periódicos, na área de Homeopatia, ávidos por bons artigos que, por
sua vez, alimentarão de informações científicas relevantes os próprios cursos
das chamadas Entidades Formadoras.
... concluir provisoriamente também
Por último, mas não
menos importante, logo que a travessia tiver sido feita, e a plataforma Moodle e respectivas páginas eletrônicas
estiverem abrigando a produção docente e discente, estes descobrirão como é
prazeroso aprender pela investigação e pela pesquisa, e aqueles, o quão
gratificante será o exercício do magistério
oral (nas discussões e exposições motivadas pelas perguntas dos estudantes,
leitores do material previamente indicado) acrescido do magistério escrito (representado pelos artigos científicos
produzidos a várias mãos). E então teremos as evidências sobre o poderoso valor
pedagógico das patogenesias na
geração de mais e mais saber. E teremos, docentes e discentes, muito a
contribuir nos congressos de Homeopatia e suas publicações. E teremos muito a dizer
para a comunidade em cursos de extensão a
serem oferecidos pelas equipes de estudos formadas no Curso. Começo a crer que
isto possa ser divertido, desafiador e viciante. Veremos.
Bibliografia comentada
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. (2011). Pequeno vocabulário da língua portuguesa. 3 ed. São Paulo: Global. [Você vai acertar a grafia de todas as palavras. Existe também versão on-line no site da ABL.]
CLAVER, R. (2004). Escrever sem doer: oficina de redação. 2. ed. revista e ampliada. Belo Horizonte: Editora UFMG. [Método de redação de caráter lúdico, criativo, capaz de conciliar o prazer e a escrita.]
LAKATOS, E. M. & M. de A. Marconi. (1992). Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4 ed. São Paulo: Atlas. [Subtítulo descritivo e bastante esclarecedor,]
MÁTTAR NETO, J. A. (2002). Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva. [Excelente breve história das ciências, métodos científicos e o trabalho científico na era da informática, com normas técnicas e citação de documentos eletrônicos.]
REIS, L. G. (2006). Produção de monografia: da teoria à prática. Brasília, DF: Editora Senac. [Aborda a Metodologia da Pesquisa no processo didático-pedagógico de produção de conhecimentos no Ensino Superior.]
SALOMON, D. V. (1996). Como fazer uma monografia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes. [Clássico sobre o tema. Rio em informações sobre como estudar, planejar e redigir trabalhos científicos.]
TACHIWAZA, T. (2001). Como fazer monografia na prática. 6 ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Editora FGV.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. SISTEMA DE BIBLIOTECAS. (2015). Manual de normalização de documentos científicos de acordo com as normas da ABNT . Maria Simone Utida dos Santos Amadeus et. al. Curitiba: Editora UFPR. [Excelente manual, abrangente, atualizado, que aborda as mais diversas modalidades de textos científicos. Muito útil.]
USP São Carlos. Cursos. http://www.escritacientifica.com/pt-BR/videoaulas
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Instruado de
Homeopatio: metodikaj kaj metodologiaj konsideroj
Paulo Nascentes[i]
"Scii argumenti komencas tra la kapablo studi la disponeblan konon, teoriojn, aŭtorojn, konceptojn, datumojn, praktikojn, metodojn, tio estas, esplori, por, poste, meti ĉion kiel propra ellaboro; scii argumenti koincidas kun scii fundamenti, mencii rezonojn, prezenti la kialojn; laŭ Demo (2000)".
Antaŭoj
Ŝanĝoj trafas niajn certecojn, afliktas, makvietigas kaj transloĝiĝas de dolĉe komforta areo.
Nenio pli sciata, defia kaj natura. Tamen, post la komenca surprizo, reprenitaj
la spirado kaj analizokapablo, fantomoj vanuas unu post alia antaŭ la lumoj de
la kritika penso. Jen kelkaj konsideroj pri la intimeco de la amanta paro instruado-esploro. Povas ekaperi speco
de tria inkluzivigita, sen tamen, ĉikaze, minaci la stabilon de la paro: la etendiĝo – kiu ne plu estas ol la
scienca produktaĵo atingante aŭdiencojn en komunumo. Male, tio povas eĉ fortigi
la rilaton inter instruado kaj esploro, precipe se la studentaro estos
orientataj de la instruistoj oferi rapidajn prelegojn kaj kursojn pri elementoj
por kompreno de meĥanismoj de sano, malsaniĝo, homeopatiaj terapio kaj kuraco,
eble en Studcentroj de iliaj laborlokoj. Planado kaj ago pri tiu areo povos
rezulti bonegajn okazojn por studo kaj diskonigo de konoj.
Malkvietigo ĉe docentoj, malkontento inter studentoj kiuj finis en
2015 la IX Fakiga Kurso de Homeopatio por Kuracistoj, promociita de Instituto de Saúde Integral – ISI, iu
nekaŝeble subjektiva sensacio de ĝenerala embaraso. Ĉio tio igis, ke la Estraro
de ISI voku helpon de spertaj
fakuloj, kiuj intervjuadis partoprenantojn, organizis kaj kalkulis datumojn,
faris raportojn kaj kunsidojn. La Instituto tiel aŭdacis rigardi al si mem,
siaj opcioj pri planado, instruado kaj taksado, sia instrumaterialo, siaj
pedagogiaj praktikoj. Iu perplekseco, sento pri manko de bazo kaj iu
malkvietigo ankoraŭ ŝvebas, sed espero ankaŭ venas al la neofitaj koroj pri la
novigaj vojoj de la aktiva lernado surbaze je projektoj. Multa laboro venos,
malkonataj vojoj, sed ankaŭ ekvidiĝas ekscito pro la perspektivo de novaj
pejzaĝoj, nova rigardo, nova aventuro. Iel ajn, ni ankoraŭ daŭras kun iu
malkvietigo. Tio estas simptomoj, kiujn indas noti, studi, trankvile repertuarigi, preskribi, pritrakti kaj
aldone observi, same al la kriteria studo por elekti kaj apliki la plej bonan
strategion. Laŭ Nascimento, Cesar, sekvos al tio la studo de medikamentaj substancoj rilataj al la
produktita skriba materialo post patogenezio. Kaj aldonas Prof. Cesar: “estas
kelkaj ‘tradicioj’, kiujn, spite al renovigo, oni ne povas preterlasi: multfoje
ripetiĝas, tra niaj sensacioj dum nia envolvigo kun la procezo [patogenezio],
la travivita sperto de la eksperimentado en sana homo”. Kiel grupo, certe ni
bezonos aman aŭskultumadon, paciencan kaj eksterpartian, kiu konduku al nova
ŝtupo niajn personajn lernadojn, al reekvilibro de la viva forto kaj al rapida,
milda kaj daŭra kuracado.
Docentoj de fakigaj kursoj pri Homeopatio rare estas profesoroj kaj
preskaŭ ĉiam ili mem studis en medicinaj skoloj gvide de kvazaŭaj profesoroj,
kun malmulta aŭ neniu metodika-pedagogia kono. Tiuj docentoj sin prezentis
aŭtokrataj oratoroj, ĉu mezbonaj ĉu geniaj, antaŭ lasa, juna, pasiva
spektantaro, kaj donace disdonis konojn kaj spertojn kolektitajn en kliniko,
konsultejoj, hospitaloj. Kun aŭ sen helpo de pedagogiaj projekciaĵoj, ĝenerale
reutiligitaj dum jaroj, longe, diligente, ili prelegadis respondante demandojn,
kiuj neniel estis prezentitaj, ĉar la studentaro nur sciadis pri la temo de la
klaso dum la momento mem ilin spekti. Aŭdita la prelegon, kelkaj eĉ ne sciis
kion demandi, se kaj kiam al ili estis donacitaj la defio de pedagogia dialogo.
Tiu modelo lekcii estas ripetata ad
nauseam ĉe ni. Ni revenu poste al tiu punkto: nia preta respondo al
demandoj eĉ neniel ĉeestaj ĉe la kapo de niaj studentoj.
Legadoj kaj
pripensoj pri metodiko kaj pedagogio
Antaŭ la perspektivo de adopto de pedagogiaj strategioj centrataj
je la lernanto kaj respektiva Persona Projekto Disvolvota dum la Kurso, PPDC,
estis senditaj al la docentoj pluraj artikoloj laŭ formato PDF, legaĵ-proponoj
kaj tekstoj pri Lernado Bazita je Projektoj,
kun propraj trajtoj, aferoj neniel de ni regataj. Male, ili postulos studojn,
pripensojn kaj diskutojn flanke de la docentaro. Verdire, tiaj legadoj jam
komenciĝis, tamen, se ni adoptos ankaŭ ĉe ni tiun Lernadon Bazitan je Projektoj, praviĝas, ke ni pensu nian komunan
taskon por 2016 kiel granda kundivida kaj aktiva lernado laŭ tiu sama modelo,
kiun ni volas enplanti en la Kurso. Jen la tielnomata Grupa Projeto Disvolvota
dum la Kurso (ĉikaze ne plu persona, sed per la envolvo de la tuta docentaro
favore al la lernantaro). Alivorte, grandega perspektiva ŝanĝo!
Post legi, komence de mia instrulaboro, la juvelon nome Mutações em educação segundo McLuhan [Mutacioj en Edukado laŭ McLuhan], de
Lauro de Oliveira Lima (https://www.skoob.com.br/mutacoes-em-educacao-segundo-mcluhan-231311ed258648.html),
mia instruado neniel plu estus la sama. Tuj mi eklegis de tiu kaj aliaj aŭtoroj
librojn pri ‘pedagogiaj teknikoj de grupa dinamiko’. Oliveira Lima insistis,
instige, ke lernantoj eklernas “nur post kiam la instruisto silentas” kaj pri
la neceso diskonigi la “galaksion de Gutemberg”, tio estas, la printitan
tekston, starigi orientitajn studsesiojn, merĝigi en la zorgema diskutado de la
penso de aŭtoroj, esploristoj, bonaj artikolistoj. Kaj do, posedante novajn
konojn, ankaŭ mem esplori, produkti konojn, artikolojn, monografion, jen do la
Persona Projekto de Disvolvigo dum Kurso. Mutatis
mutandis, bezonatas kune enketi pri la senfinaj ebloj kiuj malfermiĝas por ISI, ĝia docentaro kaj studentoj, post
la adopto de la teknologioj de informado, retpaĝoj kaj de Moodle, kiel virtuala spaco por notoj de docentoj kaj lernantoj.
Necesas aŭdaci. Necesas, ke al la parola
instruisteco, tiu de pedagogiaj ekspozicioj (karese kaj moke kromnomataj kiel
lekcioj-per-salivo-kaj-kreto),
aldoniĝu la verkita instruiteco, tiu de
esploro, artikolo, publikaĵoj de docento kaj studentoj gviditaj de la docento.
Cetere, indas pripensi ankaŭ pri la nepraj sekvoj de tio rilate al proceduroj
de Taksado, venintaj el tiu translokiĝo de la emfazo de instruado al lernado. Kio
do ŝanĝas?
Taksado
Evidenta fonto de docenta povo kaj kontrolo, testoj kaj ekzamenoj
elstaras meze al procedoj kaj iloj de investigado pri instruobjektoj, instruaj
disĉiplinoj. Laŭ la tradicio spertita de multaj el ni ĉe lernejoj, la kerno de
tia taksado estus malkovri tiom, kiom ni scius redoni skribe, per maniero la
plej eble simila, dum specifaj datoj de la studenta kalendaro, ĉion tion, kiun
ĉiu instruisto prezentadis en sia klasĉambro. Supermetado de enhavo, ripetoj,
mankoj, malkongruoj estis balaitaj suben la tapiŝo, pro la sanktega koncepto de
katedro, tiom kara al indiduoj. Sekvis ni pretervivante kaj reproduktante tiajn
praktikojn, preterlasante sciaĵojn nuntempe esplorataj kadre de Metodiko. Ĉiel
ajn, kiel preterlasi ekzamensistemon kaj konkursojn ili mem nutrantaj fakajn
kursetojn, pretaj donaci artifikojn
por plurelektaj aŭ eĉ diskursaj testoj? Jen, minacantaj, enir-ekzamenoj por
Medicina Fakiga Staĝo kaj specifaj titoligaj ekzamenoj. Do, nur fine de la
instruprocedo, je specifaj datoj, venus la rezultkontrolo. Nu, kiam la emfazo
tranlokiĝas al la lernado, tio ne
povos signifi mankon de kvalitkontrolo pri la lernad-procedo. Male, la koncepto
mem de Taksado iĝos pli kompleksa kaj penos atingi malsamajn koncernajn
rolulojn. Oni scias, ke iu vid-punkto estas ankaŭ la vido laŭ iu punkto. Nu, la
procedo kiel tutaĵo emas enriĉiĝi rilate la taksadon de la studento fare de la
instruisto, kiam al tio aldoniĝas la memtaksado de ĉiu rolulo, la taksado de la
rendimento de aliaj roluloj, metodiko, planado, instruilaro, de la diversaj
taksiiloj mem. Cetere, vole-nevole, ni ĉiam taksis niajn instruistojn kaj la
kvaliton de kursoj de ni partoprenitaj. Se estis aŭ ne registroj pri tio per
taŭgaj instrumentoj, tion oni ne scias. Foje pri la lernanta forlaso kruele
informadis la evidente malkresko de la lernant-listo. Kio percepteblas estas la
komplekseco de la fenomeno kaj la neceso de adopto de pluraj iloj kaj
demandaroj kapablaj vidigi utilajn informojn por la voj-alĝustigo. Kiam oni
maksimgrade konas tion, kion pensas docentoj kaj studentoj pri la kundividitaj
spertoj, la mastrumantoj kaj kunordigantoj havos sekurajn indicojn studotajn
kaj ekvaciotajn cele al redimensio de tio, kio okazas nun aŭ por la venontaj
kursoj. Kadre de la taksado de rendimento de studento, la instrumentoj pli
gravaj ne plu venos preskaŭ nur je la fino de la kurso, sed fariĝas la diversaj
survojaj registroj, kiuj povas tuj ricevi taksojn, kiuj inform-nutros la kursovojon
mem – antaŭ ol ĝia fino.
Unu faktoro kiu iĝas klara en tia ŝanĝo estas la demokratiigo de la
procedo de decidfarado, kun la sekva envolvado de la roluloj, ili mem dependaj
de siaj inklinoj, preferoj, deziroj kaj intelektaj motivigoj, kunrespondecaj
pri elektoj kaj kundividaj analizoj de la kompleksa fenomeno kunvivata, kiun
ili volas kompreni kaj pliperfektigi. Pensi Homeopation kiel la medicinon de la
rakontado laŭ iu subjektiveco kaj aparta homo kun siaj idiosinkrazioj implicas
klopodi transporti tiun apartan paradigmon ankaŭ al la sfero de lernoceloj,
esploro, taksado – kompleksaj kaj intermiksitaj realaĵoj.
Esploro estas
necesa...
Kiam oni parolas pri esploro en Homeopatio, kompreneble oni ne
povas preterlasi tradiciajn bibliografiajn reviziojn, la preparadon de rezumoj,
recenzoj, artikoloj, monografiaĵoj. Tamen, se oni plifunde konsideras la kognadon mem de Homeopatio, ni
konstatos, ke la fonto plej fruktodona kaj tradicia de tiu scio nin kondukas,
lume ĉu de Historio ĉu de nuntempeco, al eksperimentado
en sana homo, per medikamentoj preparataj laŭ la leĝoj de la homeopatia
farmakopeo kaj, kiel iloj de investigado kaj lernado, elstaras la pedagogiaj patogenezioj, same kiel la
gvidata mem-observado. Ĉio tio
kunigita al la ambulatoria praktikado kundividita kun studentoj de diversaj
studgrupoj. La praktiko nutras la teorian pripenson, kiu revene modifas la
praktikon per la diskutado de malsamaj klinikaj kazoj. Jen la sciofonto ĉiam
originala, aŭtentika, fenomenologia, kiu, kiam spertita intense kaj persone,
rezultas la tielnomatan “scio de spertoj
farita”, pri kiu nin parolis Kamono. Jen la praa primara materialo de
studoj, artikoloj, papers por
kongresoj, simpozioj kaj aranĝoj de Homeopatio. Profite, indas memori tion, ke
ekzistas multaj eldonistoj de fakaj revuoj, ĵurnaloj kaj periodaĵoj pri
Homeopatio avidaj je bonaj artikoloj, kiuj, laŭvice, nutros pri gravaj sciencaj
informoj la kursojn mem de tielnomataj Diplomigaj
Institucioj.
... ankaŭ provizora
konkludo
Laste, sed ne malpli grave, tuj post la transiro kompletiĝu, kiam
tra Moodle kaj respektivaj retpaĝoj oni
aperigos la docentan kaj studentan sciencan produktadon, studentoj malkovros,
kiom plaĉa estas lerni tra investigado kaj esploro, kaj docentoj, kiom
plezuriga estos la praktikado de la parola
instruisteco (dum diskutoj kaj klarigoj motivitaj de demandoj de studentoj,
legantoj de la legmaterialo antaŭe indikita) aldonita de la verkita instruisteco (reprezentata de
sciencaj artikoloj plurmane verkitaj). Tiam do ni havos la evidentaĵojn pri la
pova valoro de pedagogiaj patogenezioj por la konstruado de pli kaj pli
sciaĵoj. Tiam ni, docentoj kaj lernantoj, havos multon por kontribui dum
homeopatiaj kongresoj kaj ties publikaĵoj. Ni havos multon por diri al la
komunumo dum etendiĝaj kursoj
ofertotaj de studgrupoj starigataj dum la Kurso. Mi ekkredas, ke tio povos esti
amuza, defia kaj dependiga. Ni tion vidos.
Komentita
Bibliografio
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. (2011). Pequeno vocabulário da língua portuguesa. (Malgranda vortaro de la portugala). 3 ed. São Paulo: Global. [Vi
trafos la ĝustan skribmanieron de ĉiu vorto. Ankaŭ ekzistas virtuala versio sur
la retejo de ABL.]
CLAVER, R. (2004). Escrever
sem doer: oficina de redação. (Verki
sen doloro: metiejo pri verkado). 2. ed. revista e ampliada. Belo
Horizonte: Editora UFMG. [Metodo de verkado tipe luda, kreiva, kapabla harmonie
kunligi plaĉon kaj verkemon.]
LAKATOS, E. M. & M. de A. Marconi. (1992). Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa
bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. (Metodologio de la scienca laboro: bazaj
procedoj, bibliografia esploro, projekto kaj raporto, publikigoj kaj sciencaj
laboraĵoj). 4 ed. São Paulo: Atlas. [Subtitolo sufiĉe priskriba kaj klariga.]
MÁTTAR NETO, J. A. (2002). Metodologia
científica na era da informática. (Scienca
metodologio en la informadika erao.). São Paulo: Saraiva. [Bonega mallonga
historio de sciencoj, sciencaj metodoj kaj scienca laboraĵo en la informadika
erao, kun teknikaj normigoj kaj citaĵoj de elektronikaj dokumentoj.]
REIS, L. G. (2006). Produção
de monografia: da teoria à prática. (Monografia
farado: de teoria al praktiko). Brasília, DF: Editora Senac. [Ĝi pritraktas
Metodologion por esplorado kadre de la metodika-pedagogia procedo de konofarado
en Supera Instruado.]
SALOMON, D. V. (1996). Como
fazer uma monografia. (Kiel fari
monografion). 4 ed. São Paulo: Martins Fontes. [Klasikaĵo pri la temo. Riĉa
je informoj pri kiel studi, plani kaj verki sciencajn laboraĵojn.]
TACHIWAZA, T. (2001). Como
fazer monografia na prática. (Kiel
praktike fari monografiaĵon). 6 ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Editora FGV.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. SISTEMA DE BIBLIOTECAS. (2015). Manual de normalização de documentos
científicos de acordo com as normas da ABNT. (Manlibro pri normigo de sciencaj dokumentoj laŬ normoj de ABNT).
Maria Simone Utida dos Santos Amadeus et. al. Curitiba: Editora UFPR. [Bonega
manlibro, kompleta, ĝistatigita, kiu pritraktas la plej diversajn tipojn de
sciencaj tekstoj. Tre utila.]
[i]
Docente de Metodologia da Investigação Científica (ISI) e de Esperanto (UnB/UnB
Idiomas)